Depois de 13 dias com os portões fechados por falta de energia elétrica, a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Afro Vieira, localizada na Vila Princesa em Porto Velho, retornou as aulas na última sexta-feira (18). A luz foi cortada pela Eletrobrás Distribuição Rondônia após a concessionária encontrar uma ligação clandestina no local. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), o órgão não sabia que a instituição recebia energia de forma ilícita.
Procurada pelo G1 para esclarecer o assunto, a secretária da Semed, Francisca das Chagas, informou que a secretaria não estava ciente do caso. “Pagamos a energia de diversas escolas de uma vez só. Caso a diretora tivesse informado, saberíamos do ‘gato’, mas, como ela não disse nada, nós não estávamos cientes”, disse.
A diretora do departamento administrativo da Semed, Aline Trappel, explica como a escola funcionava no período que tinha a ligação clandestina e reforça que a diretoria da escola jamais comunicou o órgão sobre a situação.
“Sempre que a Eletrobrás cortava a energia, ela [a diretora] pagava um eletricista, com os recursos da escola para que a luz fosse ligada ao ‘gato’. Mas em momento algum ela nos informou que essa luz era cortada. Só ficamos cientes da situação após a vice-diretora nos informar na semana passada. Daí protocolamos o pedido de ligação de energia”, explicou Aline.
Conforme Aline, a ligação legal da energia foi pedida em prazo de urgência para não prejudicar os alunos que ficaram sem aula. “Tivemos que suspender as aulas, já que no calor não é possível ensinar, e as crianças podem passar mal”, relatou. Sobre a merenda escolar que poderia estragar com a falta de energia, a Semed afirmou que providenciou sacos de gelo para abastecer o freezer da escola.
Outro lado
A diretora da escola, Grace Sherley Derny, foi ouvida pelo G1. Ela disse que também não sabia que a escola era abastecida de forma ilegal. “Esse colégio já existe há 20 anos e há oito eu sou diretora. Em nenhum momento eu fui informada que existia uma ligação clandestina aqui. Eu jamais fui notificada, eu sempre chamei os técnicos da concessionária de energia aqui, para verificar quando caía a luz ou até mesmo um eletricista, mas jamais eu soube que um ‘gato’ nos fornecia energia”, explicou Grace.
Corte
A Eletrobras informou que o corte de energia foi realizado na escola, pois no local foi detectado a presença de uma ligação clandestina. A empresa disse ainda que pretende apurar desde quando essa energia estava sendo consumida de forma ilegal, para que o município pague o quanto usou.
Retorno das aulas
A concessionária ligou a energia na escola na tarde da última quinta-feira, e as aulas retornaram no dia seguinte. Segundo a secretaria, 72 alunos matriculados no ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, estudam no local. Para que os estudantes não percam o ano letivo, devido à suspensão das aulas por causa da falta de energia, os estudantes terão que frequentar a escola até o dia 28 de dezembro. No total, nove aulas serão repostas.