Para evitar furtos, Exército remove peças da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

A falta de segurança e cuidados com as peças no complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho, fez ...

Por Rondoniagora

Atualizado em:

A falta de segurança e cuidados com as peças no complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho, fez com que várias fossem furtadas por criminosos. Muitas estão expostas a ação do tempo e jogadas em várias partes abertas do complexo às margens do Rio Madeira, se deteriorando.

Para evitar novos furtos, por causa dessa situação de abandono ao patrimônio histórico, a Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (ASFEMM), com a ajuda do Exército, deu início a remoção das peças e engrenagens que formavam o conjunto estrutural das locomotivas, trens e trilhos, além de acessórios das composições desativados e que foram largadas no passado fora das oficinas, armazéns e galpões, hoje, cobiçados por funilarias, ferro-velho, tornearias e fundições espalhadas por todo o estado e do país.

José Bispo, presidente da associação, informou que há dois meses, os moradores da localidade chegaram a fotografar dois homens carregando duas peças em uma motocicleta no período da noite. Com isso, o Ministério Público Federal (MPF) foi informado sobre o crime e a ASFEMM solicitou a autorização para guardar as peças, que ainda correm risco de furtos, dentro do galpão.

Já na oficina, onde estão outras peças, parte das grades foram serradas por criminosos e usuários de drogas, que ficam no local durante a noite. “Tudo que acontece aqui no complexo a gente informa o Ministério Público Federal (MPF) enviando um ofício. Quatro guardas fazem a segurança do local, mas durante a noite fica difícil porque o local onde acontecem os furtos é escuro e dificulta a visibilidade”, afirma o presidente.

Ao Rondoniagora, a superintendente do Iphan, Delma Batista, disse que o órgão autorizou o 5° BEC fazer a seleção de peças para serem colocadas dentro do galpão. Ela disse ainda que, por mais que tenham quatro vigilantes no local, “ainda não é o suficiente para manter a segurança, já que muitos usuários de drogas ficam por lá, principalmente a noite”. E “todo o serviço de seleção de peças está sendo acompanhado pelo Iphan, juntamente com a Associação dos Ferroviários”.

Questionado, o MPF disse que haverá uma reunião na Justiça para tratar sobre o abandono do complexo e somente após irá se manifestar.

Já o presidente da Funcultural não estava na cidade e não houve manifestação da prefeitura sobre o assunto, que a gestão do complexo está sob a responsabilidade do município, desde janeiro deste ano, quando ocorreram as comemorações dos 103 anos de instalação do Município de Porto Velho.

À época, o prefeito disse que a concessão da Madeira-Mamoré significava um compromisso com Porto Velho. “Esses 50 anos que a Madeira-Mamoré vai ficar sob nossa responsabilidade significa um indicativo muito forte sobre nosso compromisso com Porto Velho. Esse patrimônio passa a ser do município para que possamos efetivamente construir um projeto sustentável e de longo prazo aqui nesse local que está no imaginário de quem mora em Porto Velho. Antes isso aqui era esquecido e nós não podemos deixar esse patrimônio histórico abandonado e agora vamos dar uma nova vida a esse bem tão importante”, disse Hildon Chaves, à época.

Fonte: Rondoniagora

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.