MPT após inspeção na Caixa: “Assédios moral e sexual andam juntos”

De surpresa, procurador visitou a sede da Caixa nesta segunda para apurar casos de assédio moral. MPF ficará com a parte de assédio sexual

Por Metrópoles

Publicado em:

O Ministério Público do Trabalho (MPT) fez uma inspeção surpresa na sede da Caixa, em Brasília, para apurar as denúncias de assédio sexual e moral contra o agora ex-presidente da estatal, Pedro Guimarães. Denúncias de assédios sexual e moral foram reveladas na semana passada pela redação.

Paulo Neto, procurador do Trabalho, informou que o objetivo da inspeção foi avaliar o espaço físico da instituição, onde os supostos assédios ocorreram. O TCU também investiga denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães.

“Durante o depoimento das testemunhas é importante que a gente tenha essa ideia de como é o espaço físico aí dentro, quais setores se relacionam, onde funcionam a presidência e a vice-presidência e por onde as pessoas circulam”, explicou Neto, na manhã desta segunda-feira (4/7).

Pedro Duarte Guimarães presidente da caixa economica federal no governo Jair Bolsonaro

Pedro Duarte Guimarães presidente da caixa economica federal no governo Jair Bolsonaro

Pedro Duarte Guimarães presidente da caixa economica federal no governo Jair Bolsonaro

Ainda segundo o procurador, a investigação foca nas denúncias de assédio moral, enquanto o Ministério Público Federal apura os relatos de assédio sexual. No entanto, não descarta a atuação do MPT também nessa investigação.

“O assédio sexual e o assédio moral andam em conjunto. Geralmente, o assediador, quando a vítima não cede às investidas, parte para o assédio moral. Ele ignora, adota medidas de retaliação, então são condutas que andam conjuntamente.”

“No caso de constatação de assédio moral, o MPT primeiramente dá oportunidade para a empresa ou empregador ajustar sua conduta voluntariamente, sem a necessidade de submeter a uma ação judicial, diante de um termo de ajuste de conduta”.

Obrigações
Nesse termo são fixadas as obrigações, sob o pagamento de multa e também, dependendo da gravidade, pode ser fixada uma condenação por dano moral coletivo.

“O nosso foco também é responsabilizar o gestor público — falando de modo geral, não nesse caso específico, que ainda não foi apurado. Estamos começando a apurar agora —, mas a gente também coloca no polo passivo da investigação o gestor que estaria praticando o assédio moral”, analisou.

Segundo Neto, se for preciso, o MPT pode buscar em juízo a condenação. “Também incluímos o gestor no polo passivo da ação”, disse o procurador sobre uma eventual penalização de Pedro Guimarães e outros acusados.

Na semana passada, a Caixa e o ex-presidente foram notificados a se manifestar sobre o caso e apresentarem os números referentes às reclamações recebidas. O prazo para resposta se encerra no fim da semana. Funcionários também devem ser ouvidos na próxima etapa.

Pedro Guimarães pediu demissão após os relatos de assédio virem à tona.

Outros executivos também foram alvo de denúncias. Na sexta-feira (1°/7), o número 2 da Caixa, Celso Leonardo Derzie de Jesus Barbosa, renunciou ao cargo ao ser apontado como autor de supostos assédios.

Fonte: Metrópoles

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.