O governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), foi sabatinado hoje (05) por jornalistas do canal fechado “Globo News”, ao vivo, no programa “Globo News Em Ponto”. Diretamente do gabinete em Brasília, o executivo respondeu perguntas sobre barragens, a greve dos agentes penitenciários, o problema econômico e as orientações para votação na Reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal através da bancada rondoniense.
O jornalista e âncora do programa, José Roberto Burnier, iniciou a entrevista comentando sobre o crime ambiental ocorrido em Brumadinho (MG), onde as barragens de rejeitos de minério romperam e invadiram casas, matou pessoas e impactou diretamente nos mananciais. Ao ser questionado sobre os possíveis riscos que as barragens de Rondônia possam oferecer, Rocha declarou que as existentes no estado são inofensivas.
“Nós conversamos com autoridades que fizeram um levantamento e avaliamos que as barragens de Rondônia são de menor potencial, são de risco pequeno, não trazem risco para a nossa população. Mais óbvio que manteremos atentos, estamos conversando com o governo federal para que eventos dessa natureza não ocorram no estado”, respondeu.
Em seguida, o apresentador contestou um dado da Agência Nacional de Águas, (ANA), que apesar das barragens não oferecerem risco imediato, outros danos podem ocorrer no Meio Ambiente.
“Por isso que a gente já conversou e queremos evitar que cresçam dentro do estado, tanto que vem sendo realizado um trabalho com a SEDAM em conjunto com os órgãos federais para coibir essas barragens”, replicou informando que existem cerca de 12 barragens que não são de atuação de minério.
Em seguida, o jornalista Otávio Guedes questionou sobre a greve dos agentes penitenciários. Ele lembrou que o governador foi secretário de justiça e que prometeu aumento salarial aos agentes e não cumpriu. Guedes perguntou como resolverá essa questão.
“Realmente o salário dos agentes precisam ser melhorados. O problema é que quando fui secretário, queria fazer o PCCS, no entanto, o estado não tinha condições. Minha preocupação era com a carreira, a valorização dos servidores. Hoje, como governador, vejo que existe um orçamento muito inferior, com dívida muito superior, não tem dinheiro para investir nessa área (…) Nós reduzimos tudo para economizar. Temos três mil comissionados, antes tínhamos seis mil. Estamos trabalhando no máximo para fazer com menos. Quando alcançar a meta, queremos resolver de vez essa situação. Vale lembrar que antes de eu assumir o governo, anunciaram a greve, e isso traz risco para a população, para a união. Todo cuidado é pouco nessa área. Coloquei a PM para impedir motins na unidade. Eu não quero ver acontecer novamente o que ocorreu no Urso Branco”, respondeu.
Roberto Burnier questionou sobre os gargalos com o sistema previdenciário que onera muito a conta dos estados. Ele questionou qual a orientação que o governador tem dado para a bancada, no congresso, sobre a votação da Previdência Social.
“Nós temos oito deputados, é claro que falamos em apoiar o fator previdenciário. Não adianta sonhar que não teremos impactos nos brasileiros, o momento de consertar os danos é agora. A minha preocupação é que no futuro despenque a questão de IDH. E nós temos que esforçar para não cair como já ocorreu”, refletiu.
Marcos também foi indagado sobre o desenfreado desmatamento. Rondônia aparece como um dos estados, no norte, que mais desmata.
“Durante a campanha eleitoral, vi que pessoas vivem desesperadas por falta de trabalho. Em Guajará-Mirim cerca de 94% da cidade possui reservas ambientais. Precisamos ter muito cuidado nessa área, claro que precisamos de reserva, precisamos cuidar do meio ambiente, mas precisamos dar condições para que as pessoas cresçam, sobrevivam com dignidade. Precisamos facilitar a questão do meio ambiente, mais também respeitar os seres humanos. Nós precisamos de dialogo”, enfatizou.
Sem muitas novidades, a entrevista foi encerrada com o governador exaltando sua vitória nas eleições, bem como ascensão ao Palácio Madeira. Rocha aproveitou para gabar que Rondônia continua no azul com as contas públicas e que trabalhará para continuar assim.
“Nunca fui candidato a nada, fui eleito pela maioria esmagadora da população do nosso estado, mas, tenho me preocupado com tudo. Minha estadia em Brasília é recheada de reuniões. Nós temos um endividamento tremendo, temos um banco com uma dívida que ultrapassa R$ 2,5 bilhões de reais, temos a questão da previdência com déficit até 2022 de R$ 500 milhões de reais. São várias situações complexas, assim como no Brasil. Rondônia ainda está no azul e a gente pretende permanecer no azul. Vamos juntos fazer o que é necessário para o nosso país, nosso estado”, finalizou.