Familiares e amigos se despediram do eletricista Adriano Medeiros Pereira, de 33 anos, na manhã de sábado, 28, em velório no cemitério Memorial Park. o eletricista foi vítima de bala perdida durante uma execução em Campo Grande (MS), na manhã da sexta-feira, 27.
“Estou arrasada. Você vê um filho saindo e não sabe se ele volta. O metal [o projétil da arma de fogo] que é capaz de tudo está lá, a mochila dele está furada”, disse a mãe do eletricista, Sonia Ferreira Medeiros, de 51 anos.
Sonia relembrou que se mudou de Rondônia para Campo Grande com o filho, há 22 anos. No Facebook do eletricista é possível ver as imagens de Adriano e da esposa, Jessika. São várias fotos do casal no dia a dia e no ensaio com roupa de noivos.
“Viemos de Rondônia para cá em 2000, ele estava com 11 anos. Sempre sorrindo, estava casado no papel e se preparava para casar na igreja. Não casou antes por conta da pandemia. Era um filho amado, querido. Nunca me respondeu”, contou a mãe do eletricista.
A família decidiu doar as córneas do eletricista. A esposa, ainda muito abalada, preferiu não falar com os jornalistas. A prima de Adriano, Jennyfer de Oliveira, de 17 anos, foi ao velório com o filho, um bebê. Emocionada, ela relembrou que nas festas de família, a alegria e as brincadeiras de Adriano se destacavam.
“Era um menino de coração bom. Não fazia mal para ninguém, vai ficar uma memória boa. Toda festa de família ele estava e alegrava todo mundo. Era muito brincalhão”. A prima ainda conta que ele e esposa pensavam em ter filhos. “Ele se divertia com os sobrinhos e eles [o casal] falavam que queriam um filho e até brincavam: ‘vamos pegar esse que já está pronto’. Por bandidagem dos outros, um inocente se foi, uma mulher com sonho de ser mãe fica para trás e mais uma mãe perde um filho”, lamenta Jennyfer.
Amigo de trabalho de Adriano, João Souza Rocha, disse que trabalhava com o eletricista há um ano. “Trabalhava com ele há um ano. Ele era legal e divertido. O ‘cara’ tinha sonhos. Vivia contando da vida e de progredir. É complicado”, comenta.
EXECUÇÃO EM CAMPO GRANDE
Luiz da Conceição Tierre, de 36 anos, foi executado a tiros na frente do seu lava-jato, na Avenida das Bandeiras, em Campo Grande, na manhã da sexta-feira, 27. O atirador estaria à espera da vítima, segundo testemunhas.
Pelas imagens das câmeras de segurança é possível ver quando o atirador chega pela rua lateral e faz os disparos contra Luiz, que está no lava-jato. A vítima corre para o meio da rua e é perseguida pelo criminoso, que atira outras vezes. Luiz foi executado na frente de pelo menos três funcionários.
O eletricista Adriano, que passava pelo local a caminho do trabalho, acabou atingido por um tiro embaixo da axila. Ele perdeu o controle da motocicleta que pilotava, derrapou e caiu.
O eletricista, Adriano, estava a caminho da empresa onde trabalhava há 1 ano quando foi atingido pelos disparos e morreu.
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