O ano de 2022 finalizou com indices preocupantes quando o assunto é desmatamento ilegal. Os dados comprovam um aumento significativo desse crime ambiental na Amazônia. Quem acompanha de perto os números, garante que eles são preocupantes até mesmo dentro de áreas que deveriam ser protegidas.
“Se você pegar os dados do Prodes e os dados do Imazon, você vai ver que tivemos um aumento de desmatamento enorme. Se você pegar a imagem de satélite da Terra Indígena Sete de Setembro, Roosevelt e Aripuanã, o garimpo se estendeu dentro dessas áreas por falta de fiscalização ou por afrouxamento da fiscalização”, apontou Ivaneide Bandeira, ativista social e coordenadora administrativa da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé.
Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam um alerta de desmatamento em dezembro de 2022 na Amazônia. Segundo o órgão, dezembro do ano passado teve o pior desmatamento da história registrado pelo sistema Deter, ficando atrás apenas de 2017 e 2015.
Monitoramento
Rondônia é um dos nove estados que compõe a Amazônia Legal, região que corresponde a 59% do território brasileiro. Segundo o levantamento do projeto que monitora, via satélite, as áreas de desmatamento na Amazonia, 507 km² de área de floresta foram desmatadas entre agosto de 2021 a julho de 2022 no estado.
“Rondônia contribui com 30% do desmatamento da Amazônia, esse é um número muito grande”, disse César Luiz Guimarães, professor e analista ambiental.
Para Ivaneide Bandeira, esse cenário ainda pode ser revertido.
“Eu tenho visto que alguns empresários estão mudando sua postura, porque estão apostando nesses novos tempos. Nós vivemos uma emergência climática. O mundo inteiro depende da Amazônia. Nós temos 40 unidades de conservação, temos 23 terras indígenas demarcadas, mais uma outra série para demarcar”, apontou a ativista.