Sobe número de mortos em protestos no Iraque após mais um dia de violência no país

Forças de segurança do Iraque mataram seis manifestantes em 24 horas, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira (27). Desde o início das manifestações, ...

Por G1

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Forças de segurança do Iraque mataram seis manifestantes em 24 horas, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira (27). Desde o início das manifestações, em 1º de outubro, estima-se que ao menos 350 pessoas morreram em confrontos com a polícia — que tem usado munição letal na repressão aos atos.

As mortes nos protestos destas terça e quarta-feira ocorreram na capital, Bagdá, e na cidade de Karbala, considerada sagrada para a população xiita. Outras dezenas de pessoas ficaram feridas.

Manifestantes é carregado após ser ferido em protesto em Bagdá, no Iraque, nesta quarta-feira (27) — Foto: Thaier al-Sudani/Reuters

Segundo a agência Associated Press, um dos mortos em Karbala não resistiu aos ferimentos de uma bomba de gás lacrimogêneo que o atingiu em um protesto na manhã de terça-feira.

Em Bagdá, a violência nos protestos ocorreu horas depois de um ataque simultâneo com bomba em três localidades diferentes da capital, que deixou mortos e feridos. Acredita-se que os atentados não tenham relação com as manifestações que ocorrem no país.

Nesta manhã, um grupo bloqueou a estrada que liga Bagdá a Karbala e outras rotas importantes para o escoamento de petróleo cru, um dos motores da economia do Iraque — entretanto, segundo a AP, as barricadas não afetaram até o momento a produção petroleira.

Protestos no Iraque

Barricada instalada em rua de Bagdá nesta quarta-feira (27), mais um dia de protestos no Iraque — Foto: Ali Abdul Hassan/AP Photo

Os manifestantes exigem empregos para os jovens — um em cada quatro está desempregado — e uma melhoria nas condições de vida de 20% da população que vive abaixo da linha da pobreza.

O governo propõe apenas reformas limitadas: uma nova lei eleitoral que patina no Parlamento e uma remodelação parcial do gabinete anunciada há semanas, mas que só serviria para se livrar de alguns sem mudar a face do poder, de acordo com especialistas.

O primeiro-ministro Adel Abdel-Mahdi disse que a prioridade agora era a votação do orçamento para 2020. Baseando-se quase inteiramente nas receitas do petróleo, esse orçamento é há anos o principal garantidor da paz social em um país devorado pelo clientelismo.

Mas com um terço do orçamento de US$ 111 bilhões em 2019 destinado aos salários dos funcionários públicos, os economistas dizem que o de 2020 deverá explodir, porque o governo anunciou milhares de contratações para tentar conter a contestação.

Fonte: G1

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