O Sintero em conjunto com o Fórum Rondoniense sobre a Reforma Administrativa, composto por 32 entidades, realizou uma carreata nesta quarta-feira (24/03), que percorreu as principais ruas e avenidas de Porto Velho, denunciando os retrocessos na Educação Pública e os constantes ataques aos servidores públicos feito pelo governo federal através de suas “reformas” maléficas, entre elas, a da previdência, já realidade, e a pretensa reforma administrativa.
A ação foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e também faz parte da programação do movimento “Lockdown Nacional”, que visa sobretudo, protestar contra o caos instalado na saúde pública em razão do descaso do governo federal na condução da pandemia da Covid-19.
Durante o movimento, o Sintero reforçou seu posicionamento contrário ao retorno das aulas presenciais, por avaliar que o Brasil encontra-se no epicentro da pandemia, atingindo o recorde de mais de 3 mil mortes em um único dia. Em Rondônia, os índices repetem a mesma tendência, registrando no último boletim, divulgado na terça-feira (23/03), 50 óbitos e 1.445 novos casos de infecção nas últimas 24 horas.
De acordo com a presidente do Sintero, Lionilda Simão, os trabalhadores em educação vão resistir e lutar contra às aulas presenciais na pandemia até que haja vacinação em massa para categoria, bem como para grande parcela da sociedade. Além disso, o contraponto irá permanecer enquanto as escolas não estiverem preparadas para receber com segurança toda a comunidade escolar. Na oportunidade, ela destacou que a categoria continua cumprindo com sua jornada de trabalho, se desdobrando para oferecer uma educação de qualidade através das aulas remotas, custeando seus próprios equipamentos eletrônicos e despesas domésticas, sem mínima assistência do Poder Público. Apesar de tantas adversidades, ela reforçou que o retorno presencial só será considerado pelos trabalhadores em educação após achatamento da curva de óbitos e contaminação do vírus, o que ainda não é o caso de Rondônia.
“Enquanto não houver vacinação em massa, não podemos admitir que ações precipitadas e irresponsáveis coloquem em risco a vida dos profissionais da Educação, alunos e de suas famílias. A escola pode esperar, a vida não!”, disse Lionilda Simão.
O Fórum Rondoniense sobre a Reforma Administrativa também protestou contra a isenção do governo federal diante da crise econômica potencializada pelo crescente índice de desemprego. Diante do agravamento da pandemia nos últimos meses, da intensificação das medidas de distanciamento social e paralisação de atividades não essenciais, foi destacado a necessidade da continuação do pagamento do auxílio emergencial no valor de R$600 para as famílias que encontram-se em situação de vulnerabilidade. Para eles, cabe ao governo federal mobilizar recursos públicos e taxar as grandes fortunas, para garantir renda básica para todos que necessitem de amparo.
A Reforma Administrativa (PEC 32/2020) também foi pauta da mobilização. Representantes de todas as categorias denunciaram o verdadeiro retrocesso imposto pela proposta, que pretende tirar direitos e desestruturar os serviços públicos. Entre os principais pontos de crítica, a Reforma Administrativa propõe o fim da estabilidade, progressões por tempo de serviço, licença-prêmio, proíbe reajuste salarial retroativos, facilita demissão de servidores e cria novos modelos de contratação, que tendem a promover o verdadeiro loteamento de cargos e apadrinhamento políticos nos espaços públicos.
Com um discurso distorcido, o governo federal anuncia que a proposta acabará com privilégios, quando na verdade não atingirá as classes com os maiores salários do país, tais como: parlamentares, militares, juízes, desembargadores, ministros de tribunais superiores, promotores e procuradores. Pelo contrário, penaliza os servidores que, neste momento de pandemia, estão na linha de frente de combate ao coronavírus, trabalhando para ofertar um serviço de qualidade para a sociedade.
A mobilização em defesa da vida reuniu dezenas de pessoas que, de dentro de seus veículos, fizeram um buzinaço e disseram não a retirada de direitos e criticaram a postura omissa, incapaz e negacionista do presidente do Brasil, que já demonstrou na prática, não ser competente para ocupar o cargo no qual foi confiado.