Ex-presidente do Bradesco, Lázaro Brandão morre aos 93 anos

Morreu nesta quarta-feira (14), aos 93 anos, Lázaro de Mello Brandão, ex-presidente do Bradesco e do conselho de administração do ...

Por G1

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Morreu nesta quarta-feira (14), aos 93 anos, Lázaro de Mello Brandão, ex-presidente do Bradesco e do conselho de administração do banco.

Segundo informou o Bradesco, Brandão estava internado no Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, recuperando-se de uma cirurgia.

Considerado um dos banqueiros mais poderosos da América Latina, foi o mais longevo do ramo no Brasil. Deixou mulher, três filhas e um neto.

Ele deixou a presidência do conselho do Bradesco no final de 2017, quando Luiz Carlos Trabuco Cappi assumiu o posto.

‘Seu Brandão’, como era tratado nos corredores do Bradesco, dedicou mais de 75 anos ao banco. Economista e administrador de empresas, começou a trabalhar em 1942, aos 16 anos, logo na fundação da Casa bancária Almeida & Cia, que deu origem a um dos maiores bancos privados do país.

Trajetória

Filho de José Porfírio Bueno Brandão e Anna Helena Mello, Lázaro Brandão nasceu em 15 de junho de 1926 em Itápolis, interior paulista. Passou a infância, junto aos cinco irmãos, no meio rural.

De origem humilde, vivendo em pacata cidade do interior, visava alcançar sustentabilidade própria, contam os professores Celso Castro e Sérgio Praça, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que entrevistaram Brandão e escreveram sua biografia.

De uma entrevista, concedida em 2016, surgiu o livro “Senda de um executivo financeiro”, no qual Brandão deu detalhes de sua trajetória pessoal, que se funde à profissional, dado o tempo de dedicação ao banco que viu nascer.

Foi no começo da adolescência que Brandão estabeleceu como meta de vida atuar no ramo bancário. “A atividade bancária me fascinava”, afirmou. Em seu relato aos professores da FGV, confidenciou que sonhava trabalhar no Banco do Brasil. Seu principal anseio era “estabilidade e respeito na sociedade”.

De escriturário a presidente

Enquanto se dedicava aos estudos com foco no concurso do Banco do Brasil, foi convidado a ingressar na Casa Bancária Almeida & Cia. Foi contratado como escriturário, tendo sua carteira assinada em 1º de setembro de 1942. No ano seguinte, a pequena casa bancária se transformou no Banco Brasileiro de Descontos S.A., cuja sigla era Bradesco.

Degrau por degrau, Brandão passou por todas as áreas do banco fundado pelo mítico bancário Amador Aguiar. A cada escalada, Brandão foi assumindo cargos de gestão. Em 1963, 21 anos após sua contratação, foi nomeado diretor. Passados 14 anos, já em 1977, assumiu a vice-presidência. Amador Aguiar, que já tinha 73 anos de idade, apostava em Brandão como seu sucessor.

A ascensão ao cargo máximo do banco ocorreu em apenas quatro anos. Em 1981, Amador Aguiar passou a Brandão a presidência executiva do Bradesco. Em 1990, transferiu ao seu pupilo a responsabilidade de comandar, também, o Conselho de Administração do banco.

Amador Aguiar morreu em 1991. Brandão acumulou então os dois cargos de presidente – executivo e do Conselho – até 1999. Deixou a presidência executiva, que foi transferida a Márcio Cypriano, que exerceu o cargo por 10 anos.

Trabalho ininterrupto

Em 2016, ao completar nove décadas de vida, 74 anos de Bradesco e 35 no alto comando do banco, afirmou que aposentar-se era uma necessidade iminente, mas um desejo longínquo. Tinha satisfação com o trabalho, afirmava.

Em outubro de 2017, Brandão renunciou à presidência do Conselho do Bradesco, que ocupava desde 1990 e das demais funções que exercia nas empresas controladas pelo banco. Ele manteve contudo a presidência dos conselhos das controladoras do grupo, entre elas a Fundação Bradesco e a BBD Participações.

Brandão contou a jornalistas que ele próprio tomou a iniciativa de convocar o conselho e propor sua renúncia. “A necessidade de um conselho ativo me trouxe a consciência de que a sucessão por novas disposições para o trabalho que preservamos era prudente”.

Nonagenário, trabalhava, no mínimo, oito horas diárias. “Até para a saúde é melhor”, afirmava em relação ao trabalho, que tratava como lazer. Dizia que pagava para não viajar, a não ser para participar de eventos do banco.

Fonte: G1

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