O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) começa nesta terça-feira (29) a reunião que deve terminar com a terceira queda consecutiva de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros da economia brasileira, para 5% ao ano.
Caso as expectativas de analistas do mercado financeiro sejam confirmadas, a taxa Selic renovará o menor nível da história ao ser anunciada no final da tarde de amanhã (30). O veredito a respeito dos novos juros básicos ficará vigente por 45 dias, quando o Copom se reúne pela última vez neste ano.
No último encontro, quando a taxa básica de juros foi reduzida para 5,5% ao ano, o Copom afirmou que os indicadores de atividade econômica “sugerem retomada do processo de recuperação da economia brasileira” e definiu a possibilidade de novos cortes na Selic devido ao controle da inflação.
Nesta terça, o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro. Amanhã, o comitê projeta as possibilidades futuras e define a nova Selic.
Nas próximas reuniões, marcadas para os dias 10 e 11 de dezembro, o Copom deve novamente reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 4,5% ao ano. A expectativa atual do mercado financeiro é que o patamar persista até o final do ano que vem.
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.