Na porta da casa onde está hospedado em Orlando, nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu falar com apoiadores, nesta segunda-feira (16/1), sobre medidas adotadas em sua gestão e admitiu que cometeu “deslizes”. Bolsonaro também mencionou os ataques terroristas que ocorreram em Brasília no último dia 8 e classificou o episódio como “inacreditável”.
Em um breve discurso, o político disse que durante quatro anos, sua gestão teve alguns “furos” e falou sobre liberdade. “Em quatro anos, todo dia era segunda-feira. Tem alguns furos? Tem, lógico. A gente comete alguns deslizes em casa, quem dirá no governo. Só que em casa a gente sabe quem é o responsável. É sempre nós, os maridos”.
As invasões em Brasília não são lembradas por apoiadores que tietam o político nos Estados Unidos, mas nesta manhã, o político se manifestou e disse que o ataque é lamentável. “Lamento o que aconteceu dia 8, uma coisa inacreditável. Mas no meu governo, o pessoal aprendeu o que é política, conheceu os poderes, começou a dar valor à liberdade. Eu falava para alguns sobre a liberdade, e eles diziam que era igual ao sol, nasce todo dia, mas não é bem assim não. A gente acredita no Brasil”, disse.
Bolsonaro nos EUA
Bolsonaro viajou aos EUA em 30 de dezembro de 2022, antes mesmo do fim de seu mandato, evitando passar a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 1º de janeiro. Ele passa férias com a família em Orlando, na casa de José Aldo, lutador de MMA. A residência do atleta fica situada no condomínio de luxo Encore Resort at Reunion, na cidade de Kissimmee, no estado da Flórida.
Nos EUA, Bolsonaro ficou alguns dias internado em um hospital após sentir dores abdominais. Ele teve alta na terça-feira passada (10/1).
A permanência de Bolsonaro em solo americano é incerta. Um grupo de parlamentares democratas dos Estados Unidos enviou uma carta com o pedido de anulação do visto dele para o presidente norte-americano, Joe Biden. Eles insistem que Biden “colabore com as autoridades brasileiras” na investigação dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
A carta conta com a assinatura dos 46 parlamentares do partido do qual Biden também faz parte. O presidente dos EUA condenou o ataque aos Três Poderes e prestou solidariedade ao Brasil.