O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse na reunião de líderes desta manhã que vai autorizar a instalação da CPI do MEC. De acordo com interlocutores ouvidos pelo jornal, a ideia do presidente do Senado é abrir uma sessão rápida, após a ordem do dia, para ler o requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) em plenário.
Apesar disso, a expectativa é que a investigação seja iniciada apenas no início do segundo semestre. A base governista, porém, ainda tenta jogar a CPI para o período pós-eleitoral. Até mesmo o PT já começa a ver com bons olhos esse adiamento.
Segundo interlocutores, Pacheco vai ler também os requerimentos das CPIs das Ongs da Amazônia, do Fies e do Crime Organizado e autorizar o funcionamento destes outros três colegiados.
Com isso, como adiantamos na semana passada, Pacheco evita conflitos tanto com parlamentares da base quanto com os da oposição, mas joga a responsabilidade para o início dos trabalhos aos líderes partidários, já que eles serão obrigados a indicar, de uma só vez, integrantes de quatro comissões parlamentares de inquérito.
O regimento interno do Senado não impõe limites para o funcionamento de várias CPIs simultâneas. A única limitação estabelecida é que um senador pode participar de, no máximo, duas investigações ao mesmo tempo.
A aposta do governo agora é que a investigação sobre o MEC será esvaziada em função do período eleitoral. Aproximadamente um terço do Senado vai disputar as eleições e isso tende a reduzir o fluxo de trabalho das comissões parlamentares de inquérito.