O prefeito de Vilhena, Eduardo Japonês (PV), tem amparo legal para decretar lockdown na cidade em virtude do recente aumento dos casos de pessoas contaminadas pelo novo Coronavírus, mas está literalmente “segurando” a decisão.
Diariamente, Japonês recebe representantes de diferentes segmentos, que fazem o mesmo pedido: evitar a medida que fecharia boa parte das empresas, liberando o funcionamento apenas dos setores essenciais, como supermercados, padarias, bancos e outros.
Na semana passada, tentando frear o avanço da pandemia, o prefeito assinou um decreto proibindo o funcionamento de bares e academias, e impedindo o consumo de bebidas e sorvetes nos locais onde esses produtos são vendidos.
A Lei Municipal 5285/2020 estabelece os critérios para a decretação de lockdown, e a medida já poderia ser adotada, já que a ocupação dos leitos “Covid” de enfermaria já bateu em 92,5%; os de UTI seguem no mesmo ritmo, com 93,3% de ocupação.
ENFERMARIA E UTI
Na enfermaria “Covid” existem 20 leitos e outros 05 numa sala isolada do Hospital Regional. Nestes dois espaços ficam internados os pacientes com sintomas e já com confirmação de contaminação, mas em estados menos graves.
Para a UTI são encaminhados os casos graves. É onde muitos acabam entubados. Neste local, são 15 leitos em funcionamento (apenas um desocupado) e outros 05, que não operam por falta de profissionais de saúde e pelo fato de respiradores estarem em manutenção.
PREFEITO TENTA EVITAR LOCKDOWN
Nas reuniões que mantém com empresários, Eduardo Japonês explica que não quer decretar a medida mais dura, mas também avisa: se o sistema de saúde chegar ao colapso, não haverá como evitar o “fechamento total”, com as exceções previstas em lei para as atividades essenciais.
A decisão de decretar o “bloqueio” das empresas, pela lei, só pode ser tomada se aprovada pelo Comitê Municipal que lida com a pandemia. E, mesmo neste caso, a legislação diz que o município “poderá” paralisar o comércio, mas não prevê que isso seja automático e obrigatório.
TORCIDA CONTRA O CAOS
No momento, apesar da gravidade da situação, ainda é possível aguardar o efeito do último decreto. O próprio mandatário e os empresários vilhenenses torcem para que os números a serem divulgados nos próximos dias mostrem um recuo da pandemia. Se isso acontecer, algumas restrições em vigor podem até ser flexibilizadas.
Se, porém, os casos dispararem e começarem a morrer pacientes por falta de leitos, não restará ao prefeito outra alternativa diante do caos hospitalar.
ALERTA
Justamente para tentar manter o surto sob controle, os médicos que estão na linha de frente no combate ao vírus reforçam os mesmos pedidos que fazem a meses: usar máscaras, não descuidar da higienização, não se aglomerar e só sair de casa se for realmente necessário.