Empresa revela em carta que pode faltar oxigênio medicinal em hospitais de RO

O Folha do Sul Online teve acesso a um documento emitido pela empresa Cacoal Gases para várias prefeituras, e no ...

Por FOLHA DO SUL ONLINE

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O Folha do Sul Online teve acesso a um documento emitido pela empresa Cacoal Gases para várias prefeituras, e no qual é exposta uma situação preocupante: de acordo com a firma, em correspondência datada de quarta-feira, 10, o risco de faltar oxigênio para abastecer hospitais em Rondônia é a real.

A empresa cacoalense alega que, no ritmo atual de consumo, “somente há insumos suficientes para o atendimento por mais 15 (quinze) dias, sendo que a partir de então, caso não haja remessa de insumos por parte dos fabricantes, não mais haverá produtos a serem entregues”.

 

O site apurou que, em Vilhena, o fornecimento de oxigênio é feito por outra firma, a J. Basílio Comércio de Gás. O contrato entre ela e o município prevê a compra de 420 mil metros cúbicos de gás este ano. Atualmente, a média de consumo no Hospital Regional, é de 700 metros por dia. Houve ocasião, no entanto, em que o consumo diário foi de mil metros cúbicos.

Embora a companhia que abastece Vilhena esteja com um estoque controlado, mais que suficiente para cumprir o contrato, num eventual colapso em outras cidades, a justiça pode determinar que ela forneça para elas em regime de urgência.

Temendo ficar sem oxigênio e haver mortes de pacientes internados, por asfixia, como aconteceu recentemente em Manaus (AM), a prefeitura de Vilhena estuda medidas judiciais para manter o fornecimento previsto em contrato. Importante lembrar que o gás usado nos hospitais atende pacientes com Covid-19, mas também pessoas com outras enfermidades.

Leia abaixo, o comunicado da empresa com sede em Cacoal:

 

Ao Secretário Municipal de Saúde do Município de XXXXXXX

 

URGENTE
OXIGÊNIO
RISCO DE DESABASTECIMENTO

Prezado Secretário Municipal de Saúde,

CACOAL GASES COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DE GASES EIRELLI – EPP, inscrita no CNPJ nº. 23.700.376/0001-04, com sede na Avenida Castelo Branco, nº. 20.624, Bairro Novo Horizonte, em Cacoal/RO, por seu representante legal ao final assinado, vem, respeitosamente, a honrosa presença de Vossa Senhoria, expor e informar o que que segue:

 

1. É fato notório que a pandemia resultante do COVID-19 tem ganhado no território brasileiro números significativos, quer seja em relação ao número de mortes, quer seja quanto ao número de contaminados.

 

2. Tais números tem ganhado contornos ainda mais expressivos nos últimos meses, tendo sido atingido o números de 10.939.320 casos e 264.446 óbitos por Covid-19 desde o início da pandemia.

 

3. Esse avanço desenfreado da contaminação em todo o território nacional tem implicado no colapso do sistema de saúde de praticamente quase todos os Estados Brasileiros, sendo esse exatamente o cenário do Estado de Rondônia.

 

4. Não bastasse isso, o cenário está se apresentando que ficará ainda mais crítico!!!!

 

5. Isso por que, muito embora a empresa Cacoal Gases tenha ao longo de toda a pandemia mantido todo o seu cronograma de produção, mantendo inclusive diversos turnos de trabalho, o cenário que se avizinha não é os dos melhores possíveis.

 

6. Em que pese a alta capacidade de produção de oxigênio, a empresa necessita de insumos para manter sua produção diária, insumos estes como oxigênio, nitrogênio, argônio e CO2 líquidos, dentre outros itens.

 

7. Ocorre que os fornecedores/fabricantes desses itens com sede nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste, passaram a não mais programarem a remessa de tais insumos, o que inviabiliza a manutenção de toda a cadeia de produção de oxigênio, o que certamente levará todo o sistema de saúde do Estado de Rondônia ao caos em curto lapso de tempo, isso caso o fornecimento de insumos não seja mantido de forma regular.

 

8. De acordo com a programação previamente estabelecida pela empresa Cacoal Gases, somente há insumos suficientes para o atendimento por mais 15 (quinze) dias, sendo que a partir de então, caso não haja remessa de insumos por parte dos fabricantes, não mais haverá produtos a serem entregues.

 

9. Importante frisar que a empresa vem atendendo tão somente unidades hospitalares, já tendo suspendido o atendimento a outros setores, tais como industrias e oficinas a mais de 30 (trinta) dias.

 

10. Sendo assim, serve o presente expediente para comunicar a esta Secretaria que o fornecimento de oxigênio somente será mantido pelos próximos 15 (quinze) dias, salvo se houve o restabelecimento de insumos por parte dos fabricantes.

 

12. Outrossim, cópia do presente expediente será endereçado a todas as autoridades de saúde do âmbito estadual e federal.

Fonte: FOLHA DO SUL ONLINE

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