A falta de um serviço de educação digno é um problema enraizado em diversas cidades brasileiras, sem esse direito fundamental resguardado, pequenos cidadãos perdem a capacidade de crescerem em igualdade de oportunidades dentro do mercado de trabalho, um prejuízo que é levado para outras gerações, promovido em sua grande maioria por incompetência ou má vontade dos gestores públicos.
Em Porto Velho, capital de Rondônia, esse fato pode ser devidamente ilustrado com a atual situação do sistema educacional na região, que anda travado devido á problemas relacionados ao contrato de transporte escolar. O município possui diversos distritos ribeirinhos e comunidades rurais onde as crianças apenas conseguem chegar à escola através do transporte escolar.
A situação é tão grave, que atualmente, com o calendário de 2019 chegando essa semana na segunda quinzena do mês quatro, um grupo considerável de crianças que dependem desse serviço sequer terminou o ano letivo de 2018. Ao todo, são oito escolas que estão com déficit de dias a cumprir ainda no calendário do ano passado.
Só a escola municipal Deigmar de Moraes de Souza está com um déficit de 152 dias letivos, ou seja, sequer chegou no terceiro bimestre. A escola Ana Júlia está com 110 dias de atraso com o calendário escolar 2018, seguido pelas escolas Boa Esperança com 102 dias, União com 100 dias, José Freitas com 98 dias, Nossa Senhora Aparecida com 64 dias, Francisco Chiquilito Erse com 54 dias e Flor do Cupuaçu com 41 dias.
Os dados foram repassados pela própria prefeitura de Porto Velho após coletiva concedida pelo secretário municipal de educação, Márcio Felix, que ainda tentou minimizar o fato alegando que seriam “apenas oito escolas” que não terminaram o ano passado.
As regiões mais atingidas são as comunidades ribeirinhas, onde o transporte é realizado por lanchas, aproximadamente são mais de 1200 crianças que diariamente precisam desse serviço. A empresa vitoriosa do certame licitatório para a prestação desse serviço é do município de Choró, estado do Ceará, e tem quinze dias para colocar em operação mais de 40 lanchas escolares nas águas do rio Madeira.
Já o transporte escolar terrestre é mais prejudicado na região da Ponta do Abunã, que devido a distancia da sede administrativa que chega a quase 300 quilômetros de distancia, acaba se tornando um serviço complicado.
Por enquanto a prefeitura não apresentou o plano pedagógico que irá normalizar o calendário escolar desses estudantes, que também são brasileiros, mais não possuem os mesmos direitos que os demais.