(FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (30) que terá prazer em debater com Lula (PT) na campanha eleitoral e reagiu a gritos de seus apoiadores que defenderam uma nova candidatura ao Planalto e a sua reeleição em 2022.
“Se vocês soubessem da dificuldade disso. Mas obrigado pela confiança”, afirmou o presidente em Belo Horizonte, após gritos de apoiadores de “queremos Bolsonaro presidente outra vez”.
A solenidade, que aconteceu no Palácio Tiradentes, sede do governo de Minas Gerais, foi marcada por protestos e bate-boca entra apoiadores de Bolsonaro e manifestantes contrários ao presidente.
Durante o discurso de Bolsonaro, uma mulher parou em frente ao palco e criticou o presidente, que parou de falar. A mulher foi retirada por seguranças, enquanto era vaiada pelos apoiadores de Bolsonaro que acompanhavam o evento.
Ao retomar a fala, o presidente disse que, se for candidato no ano que vem, terá prazer em debater “com o candidato dessa senhora”, se referindo à manifestante.
“Se porventura eu vier candidato, terei o maior prazer de debater com o candidato dessa senhora. Vamos comparar 14 anos PT com 4 do meu governo”.
O presidente participou do anúncio da construção de uma nova linha do metrô de Belo Horizonte ao lado do governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo), a quem fez elogios
Antes da chegada do presidente, militantes do PC do B, da UP e de sindicatos, protestaram contra o presidente na entrada no Palácio Tiradentes, sede do governo mineiro.
Parte dos manifestantes forçou as barreiras para se aproximar do Palácio, mas foi contida por policiais. Houve tumulto e bate-boca entre apoiadores de Bolsonaro e os manifestantes contrários ao presidente.
Na solenidade, o presidente recebeu uma criança de seis anos vestida de policial militar. A criança empunhou uma arma de brinquedo e simulou fazer flexões no palco. Apoiadores do presidente gritaram: “o povo armado jamais será escravo”.
A criança que subiu ao palco não usava máscara contra a Covid-19, assim como Bolsonaro e seus ministros. A exceção foi o governador Romeu Zema que usava o equipamento de proteção.
O ato na capital mineira faz parte de uma sequência de eventos de Bolsonaro para celebrar a semana em que completa mil dias de mandato, momento em que registra o pior patamar de reprovação ao governo desde que tomou posse.
A ideia do presidente é fazer viagens para todas as regiões do país, num esforço concentrado para apresentar entregas como estradas, casas populares e até hidrelétrica.
Com as viagens e os eventos, Bolsonaro espera recuperar parte da sua popularidade. Segundo o Datafolha divulgado na semana passada, 53% da população considera a gestão do presidente ruim ou péssima, um novo recorde.
Em Belo Horizonte, o presidente anunciou a criação da linha 2 do metrô na capital de Minas Gerais, uma obra prometida há 20 anos por sucessivos governantes.
Mas apesar do evento, ainda não há data para a nova linha entrar em funcionamento. Questionado, o governo federal não informou nem qual o prazo para o início das obras nem qual o valor necessário para concluir o projeto.
Parte da verba aprovada pelo Congresso para a obra será na verdade usada para pagar dívidas da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), estatal federal administradora do metrô de Belo Horizonte.
A companhia pode, inclusive, ser extinta, o que pode atrasar ainda mais a criação da nova linha, uma vez que será achar uma empresa substituta para tocar o projeto.
A aguardada linha 2 faria a ligação do atual metrô ao Barreiro, que fica na região sudoeste da capital mineira e é uma das mais populosas do município. Hoje, os moradores dependem de ônibus para o transporte público no local.
Belo Horizonte tem proporcionalmente uma das menores ofertas de metrô entre as capitais brasileiras. São 19 estações na única linha que corta a cidade a partir de Venda Nova, na zona norte, até o bairro Eldorado, em Contagem, cidade na região metropolitana.