Os deputados federais de Rondônia votaram em peso a favor do voto impresso, posição defendida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. A votação ocorrida na última terça-feira (10), enterrou de vez as pretensões de Bolsonaro e apoiadores que colocavam sob suspeita a lisura da urna eletrônica. O placar de 229 votos a favor e 218 contra, não deixou dúvidas sobre a preferência da maior parte dos deputados.
Os votos a favor do voto impresso dado pelos deputados de Rondônia, não significou que a bancada toda apoia o atual presidente do Brasil, mas expressou mais um extinto de sobrevivência para agradar os eleitores rondonienses. Vale lembrar que em Rondônia, Bolsonaro lidera as pesquisas para as eleições de 2022.
O cientista político João Paulo Viana, avaliou que a bancada de Rondônia votou com base em cálculo eleitoral e pesando os prós e contra em relação aos eleitores deles. No entanto, disse, alguns parlamentares com tendências mais à esquerda tendem a ter prejuízo maior junto aos eleitores.
“Bolsonarismo é muito forte no estado e essa pressão influenciou o voto dos parlamentares. Entretanto, deputados de tendência mais progressista, ou que possuem um eleitorado mais progressista, como Mauro Nazif e Silvia Cristina, tendem a ter prejuízo frente ao seu eleitorado mais à esquerda. Principalmente, o Mauro”, declarou.
João Paulo Viana também observou que o voto dos deputados federais apenas confirmou a preferência da maior parte do eleitorado de Rondônia, e que confirma a tendência que a maior parte dos candidatos ao governo tendem a seguir. Ele acredita que o governador Marcos Rocha pode estar em desvantagem na preferência dos eleitores rondonienses.
“É muito cedo para avaliar, entretanto, inegavelmente, há um favoritismo de candidatos alinhado ao bolsonarismo e à extrema direita. Acredito que o senador Marcos Rogério, pelo papel pró-governo que desempenha hoje na CPI da Covid está ocupando esse espaço”, finalizou.