Em sessão solene realizada na manhã desta quinta-feira (23), a vereadora Ada Dantas Boabaid (PMN) realizou a entrega de votos de louvor à Policiais Militares femininas que fazem parte da Comissão Para Estudo das Garantias de Direitos e Deveres das Mulheres da Polícia Militar Estado de Rondônia.
A primeira a discursar foi a Capitã PM Michelly da Silva Mendes, que comentou sobre o seminário realizado em abril deste ano, onde foi percebida a necessidade de criar comissão para falar sobre os direitos e deveres das mulheres. O primeiro trabalho desenvolvido foi sobe procedimentos administrativos contra militares no ambiente de trabalho, mais precisamente assédio moral e sexual.
“Os assédios estão em todos os ambientes de trabalho, mas infelizmente muitas mulheres têm vergonha de denunciar casos e se julgam culpadas de terem sido vítimas do assédio”, relatou a militar. A Comissão fala sobre o procedimento administrativo e também motiva às mulheres a falar sobe o assunto. Mostrando dados estatísticos sobre assédio moral e sexual dentro de instituições militares, um estudo mostrou que 40% das mulheres sofreram assédio dentro do ambiente de trabalho. “Estas foram as que denunciaram, mas e as que não denunciaram?”, indagou a capitã.
Em sua fala, a Cabo PM Milene Barreto comentou que nunca antes da Polícia Militar haviam sido debatidos assuntos voltados exclusivamente para tratar sobre as mulheres. Assuntos como gestação, amamentação, fardamento mais confortável para a PM gestante e também assunto como assédio sexual. Mãe de uma criança de um ano e dois meses, Milene relatou sobre ter que relatar ao trabalho após seis meses e ter que continuar amamentando o filho com segurança. “Senti esse desafio na pele, mas particularmente o banco de leite me ajudou a conseguir superar esse desafio, e nós queremos levar estes assuntos às mulheres”, disse Milene, lembrando a campanha Agosto Dourado, que trata sobre o apoio ao aleitamento materno.
A última a discursar foi a psicóloga Capitã PM Cláudia, que agradeceu à vereadora Ada Dantas e relatou as mulheres entrarem muito jovens no mercado de trabalho e também no sistema militar, salientando que o militarismo culturalmente foi feito para os homens e, gradualmente, as mulheres foram inseridas e isso requer adaptações. “Como psicóloga eu não posso deixar de pensar sobre como que a gente se adapta à esta história. Então, com esse projeto a gente começou com o trabalho de dar voz sobre a feminilidade dentro do quartel. Como a gente se encaixa e como isso afeta nossas vidas pessoais, como maternidade, casamento e outras particularidades”, dissertou a capitã.
Finalizando, Ada Dantas parabenizou todas as mulheres militares que participam da comissão, garantindo o direito à informação. “Como mulher, mãe e esposa de Policial Militar, me sinto orgulhosa de ver uma comissão prestando um serviço de tão grande relevância. A informação levada à estas mulheres é de suma importância para inibir e, caso ocorra, denunciar assédios dentro da instituição”, finalizou Ada Dantas realizando a entrega dos votos aos homenageados.