Levantamento das mensagens em redes sociais feito pelo banco Modalmais e consultoria AP Exata apontam que os atos convocados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, a favor do governo e contra o Judiciário, foram insuficientes para reverter a preponderância da imagem negativa do chefe do Executivo. Segundo o estudo, entre segunda-feira (6) e ontem (7), houve avanço de 1 ponto porcentual nas menções positivas, de 36% para 37%. Já as negativas oscilaram de 64% para 63%.
Entre os posts no Twitter que mencionaram o presidente nas últimas 24h, das 15 hashtags mais utilizadas, as contrárias tiveram destaque e somaram 53,78%, contra 18,94% das favoráveis. A principal utilizada pela oposição foi a #ForaBolsonaro, responsável por 18,22% do volume. Já a principal hashtag da situação, #7deSetPelaLiberdade somou 4,54% do uso.
Durante os atos, Bolsonaro voltou a atacar membros do Supremo Tribunal Federal (STF): disse que não cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes e cobrou do presidente da Corte, Luiz Fux, responsabilidade sobre outros membros. Em resposta, a possibilidade de impeachment voltou a ser discutida nas redes, acompanhada de pressão para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), abra a análise de um dos processos de afastamento.
Apesar de a base de apoio ao presidente garantir a possibilidade de levar a militância às ruas, não há troca com outros setores e as informações são elaboradas e compartilhadas por influenciadores já identificados com as causas do presidente.
Nos meios digitais, há também a discussão sobre a possibilidade de ruptura democrática, com apoio das Forças Armadas ou das polícias militares, temida pela oposição e aceita pela militância bolsonarista.
Como resultado das manifestações, o questionamento dos sistemas institucionais – seja pelas críticas ao Judiciário, seja pela retomada da perspectiva de afastamento do presidente – enfraqueceu a confiança na democracia, no sistema eleitoral ou no STF. Outro ponto que o relatório destaca é o enfraquecimento da agenda de reformas, em “segundo plano, diante de um movimento eleitoral antecipado em mais de um ano, com nuances que ainda deixam em dúvida se irá transcorrer de forma pacífica.