O deputado Jean Oliveira (MDB) disse na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão da última terça-feira (05), que a expansão do número de casos de coronavírus em Rondônia preocupa e criticou a ação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), para enfrentar o crescimento da covid-19.
“Temos amigos, conhecidos dando positivo para o coronavírus, o que nos preocupa e nos deixa ainda mais apreensivos à medida que a doença fica mais perto de quem convivemos. O nosso amigo Fábio Candury faleceu de covid-19. Ele é filho do Almir Kandury, que faleceu recentemente. A desconfiança é de que Fábio teria contraído a doença quando acompanhou o seu pai, em tratamento no João Paulo II”, afirmou Jean.
Segundo o parlamentar, “ouvi relatos de que a máscara N95 entregue aos profissionais da saúde, tem que durar 30 dias. E só pega uma nova, se mostrar a antiga. Uma vergonha! O Cemetron, a referência em tratar doenças infecto contagiosas, tem uma estrutura deficitária. “Como as autoridades de saúde de Rondônia, vão ás câmeras e dizem que estão preparados para a guerra? Paredes mofadas, banheiros sujos. Um absurdo que nem álcool em gel tem”.
De acordo com Jean Oliveira, “após a denúncia das péssimas condições do Cemetron, o Governo se mexeu para contratar leitos e até comprar hospital particular. Essa pandemia está mostrando para nós como é de fato a saúde, infelizmente. Comprar o hospital Regina Pacis, que trata de atendimento infantil, não é viável. Governador Marcos Rocha (PSL), não faça isso. Não vai ter serventia para o combate ao coronavírus. Vamos superar com união, com trabalho e sem tomar decisão errada. Não é com desespero que se resolve o problema”.
Jean declarou ainda que “protocolei nesta Casa o requerimento para saber todo o processo de compra de testes rápidos pelo Governo, ainda sem resposta. Eu indiquei ao Governo a distribuição de leite para as crianças carentes, a partir dos seis meses de vida. Indicamos a inclusão de orçamento para a segurança nutricional, para os mais carentes, dentro dos recursos do Fecoep, que estão com dificuldades em meio à pandemia do coronavírus”.
Energisa
O deputado aproveitou para falar sobre a decisão da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJR), que nesta manhã (05), decidiu sobrestar, por 60 dias, a tramitação do PL 446/20, que trata da concessão de incentivos fiscais e tributários para empresas, podendo beneficiar com a medida a empresa Energisa, concessionária de energia.
“Se espalhou que na sessão de hoje, esta Casa estaria votando a isenção de tributos da empresa Energisa. Isso foi espalhado nas redes sociais. Mas, em tempos de hoje, onde a necessidade do Parlamento é criticada e questionada no país todo, essa ação mostra que, ao contrário do que dizem, a atuação do Legislativo, em todas as esferas, é sim fundamental e necessária”, relatou.
O deputado disse ainda que “a Energisa não perdoa a dívida de ninguém. Não deixa de cobrar juros e multas de ninguém, mas quer ser beneficiada com um desconto bilionário. A Assembleia decidiu sobrestar o projeto, num ato de reconhecimento ao manifesto popular. Nosso trabalho se faz necessário no acompanhamento dos poderes, dentro das nossas obrigações constitucionais”.