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Presidência gastou mais de R$ 55 milhões com cartão corporativo desde o início do mandato

Relatório aponta que mais de 99% dos valores utilizados pela Presidência seguem em sigilo; tribunal exige detalhamento mensal das despesas

Por Jornal Rondônia

Atualizado em:

Milhoes
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O Tribunal de Contas da União (TCU) voltou a pressionar o Palácio do Planalto por falta de transparência no uso dos cartões corporativos. Um relatório de monitoramento obtido pela revista VEJA revela que, entre janeiro de 2023 e abril de 2025, a Presidência da República gastou R$ 55,49 milhões com essa modalidade de pagamento — dos quais 99,55% seguem sob sigilo. Já a Vice-Presidência registra R$ 394 mil em despesas, com 92% dos valores também classificados como reservados.

A análise da corte destaca que a Lei de Acesso à Informação determina a divulgação imediata de gastos não sigilosos e a publicação mensal dos valores utilizados em categorias como alimentação, hospedagem, locação de veículos, material de limpeza e higiene. No entanto, até o momento, o Executivo só apresentou dados consolidados até setembro de 2024, totalizando R$ 7,7 milhões — sem o detalhamento mensal exigido.

O relatório ainda aponta falhas de rastreabilidade em parte dos registros. Um dos exemplos citados é o pagamento de R$ 35.109 em um posto de combustível localizado em área nobre de São Paulo, feito com cartão corporativo da Presidência. No Portal da Transparência, não há nota fiscal ou qualquer especificação do serviço, o que impossibilita a verificação de eventual irregularidade.

O TCU determinou que o governo tem um prazo de 120 dias para corrigir essas falhas e adotar as recomendações previstas. O órgão também cobra a divulgação da lista de presentes recebidos pelo presidente da República — exigência que ganhou destaque após o caso das joias sauditas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A cobrança por mais transparência acontece em meio a críticas recentes aos custos das viagens presidenciais. Em uma tentativa de amenizar o desgaste, o presidente Lula decidiu se hospedar na Embaixada do Brasil em Buenos Aires durante a Cúpula do Mercosul, evitando despesas com hotéis para ele e sua comitiva.

A expectativa é que, com a pressão do TCU, o Executivo passe a cumprir de forma mais rigorosa as exigências legais de transparência e prestação de contas com os recursos públicos.

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Com informações do VEJA.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

Fonte: Jornal Rondônia

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