As acusações apresentadas através da atuação da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE/RO) e reforçadas pelo Partido da República (PR), se confirmadas pela Justiça Eleitoral, deverão extinguir de vez o sonho de mudança conservado pela grande maioria entre o povo rondoniense.
O fim da corrupção ético-moral, que há muito nutre o ideário nacional, será, finalmente, devidamente tachado como utopia.
Quando o governador eleito Coronel Marcos Rocha (PSL) surpreendeu adversários repetindo inúmeras vezes seu slogan simplório de campanha “Eu conversei com o Bolsonaro”, muita gente se dispôs a crer que estava ali, na figura do militar iniciante na vida eletiva, a resolução para todos os problemas de Rondônia.
O mantra entoado por Rocha incrustou-se à mente das pessoas, e, logo adiante, aquele vazio existencial diante das possibilidades à disposição passou a ser preenchido com a mesma esperança bolsonarista que já contaminava a população durante a corrida pelo Planalto. E aqui não se faz juízo de valor acerca da expectativa social: é fato incotestável a disseminação viral – com bons resultados práticos – de praticamente tudo aquilo que decidiu se apegar ao espectro político do capitão da reserva.
Agora, com as fraudes eleitorais atribuídas aos dirigentes do PSL regional, o castelo de areia liberal começa a ruir antes mesmo de qualquer um de seus membros esquentar os assentos para os quais foram designados através do voto.
“A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios”, ensina Barão de Montesquieu de forma extremamente contemporânea mesmo após pouco mais de dois séculos e meio de sua morte.
Na linha de tiro, tanto Sargento Eyder Brasil quanto Coronel Chrisóstomo serão os primeiros – e provavelmente únicos, tirando seus respectivos suplentes, é claro – fuzilados politicamente pelo pelotão de acusações patrocinadas pela PRE/RO.
Em relação a Chrisóstomo , a célula interna ligada ao Ministério Público Federal (MPF/RO) dispara :
“Impugnação de mandato – O Partido Social Liberal (PSL) responderá a duas ações de impugnação de mandato eletivo por não ter cumprido a cota mínima de 30% de candidaturas de mulheres. Na primeira ação, o partido apresentou como candidata uma pessoa que não era filiada ao partido, com a intenção de apenas cumprir formalmente a exigência da legislação eleitoral. Para a Procuradoria, a prática é uma fraude para burlar as regras e, por isso, pede que a chapa proporcional formada pelo PSL ao cargo de deputado federal seja declarada nula e, consequentemente, haja cassação dos diplomas de João Chrisóstomo de Moura e Evandro Cesar Padovani (1º suplente)”.
Sobre Eyder Brasil, pontua:
“A segunda ação de impugnação de mandato contra o PSL é com relação ao cargo de deputado estadual, em que a Procuradoria também pede que toda a chapa proporcional seja declarada nula e, em consequência, haja a cassação dos diplomas de Eyder Brasil do Carmo, deputado estadual eleito, e Aziz Rahal Neto (1º suplente). Neste caso, na época de registro da chapa, duas mulheres que não eram filiadas ao PSL foram apresentadas como candidatas pelo partido para obter o registro no TRE”.
Claro que a dupla terá direito a usufruir do devido processo legal com exercício pleno do contraditório e também da ampla defesa.
Entretanto, os indícios são robustos e as alegações proclamadas pelos advogados do PR, que buscam inserir Ribamar Araújo no lugar de Brasil, merecem atenção redobrada.
Se comprovados os descalabros aventados, não haverá para onde correr: ficará claro que os perpetradores do suposto engendramento criado para burlar a legislação eleitoral e enganar juízes do segmento não preservam sequer familiares, e isso denota que o novo é mais velho que todos os artefatos antiquados, mumificados ou empalhados que já passaram pelo Poder.