Nos últimos dias, o anúncio de abonos salariais tem movimentado o cenário do funcionalismo público em Rondônia. Após o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RO), deputado Marcelo Cruz, conceder um abono de R$ 5 mil aos servidores do legislativo, outras instituições seguiram o exemplo. Na sequência, os servidores da Defensoria Pública também foram contemplados com o mesmo valor. E, agora, o presidente do Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO), Wilber Coimbra, surpreendeu ao anunciar um abono ainda maior: R$ 10 mil para os servidores da Corte de Contas.
As medidas têm gerado uma onda de celebração entre os contemplados, mas também levantam questionamentos sobre quem será o próximo a conceder o benefício. Será que o Judiciário será o próximo a aderir à prática de valorização salarial no fim de ano?
Presidente da ALERO, deputado Marcelo Cruz, anuncia abono salarial de R$ 5 mil aos servidores
Por outro lado, a expectativa e a ansiedade crescem entre os servidores do Poder Executivo, responsáveis por diversas atividades essenciais que fazem o Estado funcionar diariamente. Sem anúncios de abonos ou benefícios extras até o momento, esses servidores questionam quando chegará a sua vez. Para muitos, o abono seria mais que um alívio financeiro: seria um reconhecimento pelo trabalho árduo em áreas como saúde, educação, segurança pública, infraestrutura e administração do Executivo Estadual.
“Somos nós que estamos na ponta, garantindo que os serviços cheguem à população. Esse tipo de benefício seria muito bem-vindo para valorizar nosso esforço”, desabafou um servidor do Executivo que preferiu não se identificar.
A desigualdade entre poderes
A diferença de tratamento entre os poderes acendeu um debate sobre a valorização equitativa dos servidores públicos em Rondônia. Enquanto Legislativo, Defensoria e TCE asseguram benefícios consideráveis, os servidores do Executivo seguem aguardando medidas semelhantes por parte do Governo do Estado.
A questão, entretanto, esbarra em fatores como orçamento e prioridades administrativas. A concessão de abonos depende de disponibilidade financeira e planejamento estratégico, e o Executivo frequentemente enfrenta desafios maiores devido ao tamanho e complexidade de sua máquina administrativa.
Presidente do TCE-RO anuncia abono de R$ 10 mil para servidores
Pressão por reconhecimento
Com o precedente criado por outras instituições, a pressão por reconhecimento pode recair sobre o governador Marcos Rocha. Sindicatos e associações já se mobilizam para cobrar uma postura mais justa em relação aos servidores do Executivo.
Enquanto isso, os servidores do Judiciário observam o movimento com expectativa, já que, historicamente, o poder tem seguido a tendência de valorização de seus quadros com benefícios extras.
O fim de ano em Rondônia está sendo marcado por presentes natalinos em forma de abonos salariais, mas a desigualdade entre os poderes levanta a pergunta que muitos servidores ainda se fazem: quando será a nossa vez?