A verdade é que a corrupção no Brasil a cada dia se revela mais entranhada na política e já poucos de nós acreditam que a médio prazo conseguiremos mudar isso. Com isso entendemos que a instabilidade não é causada por um grupo de intervencionistas que de forma precipitada – mas de boa vontade e com propostas em sua esmagadora maioria, corretas – entrou no Congresso Nacional; por um deputado que insinue a possibilidade de fechamento do congresso ou por recados de um filósofo que reside nos EUA.
A tal “instabilidade” é causada pelas próprias ações desesperadas da classe política no afã de escapar do expurgo que, de uma forma ou de outra vai acontecer.
Esperamos e desejamos realmente que o judiciário brasileiro consiga vencer a oposição e terminar o que começou a fazer.
É evidente que os comandantes militares não desejam assumir o controle do país. É óbvio que se busca a todo custo a “solução democrática”. Por isso a declaração padrão é “nossa sociedade não precisa ser tutelada“. Quem em sã consciência desejaria suportar o peso de tomar a força o controle de um país continental como o nosso, tendo que enfrentar não só as centenas de grupelhos de esquerda que se levantariam em vários locais, mas também a pressão da comunidade internacional em peso?
Conhecer a vontade da sociedade importa sim àqueles que devem tomar as decisões. Afinal, é preciso ter ao menos uma ideia de como as ações ou “não ações” serão recebidas. Mas, isso não basta para a tomada de decisões. A opinião do cidadão comum não pode ser o fator mais importante para definir questão tão gigantesca, é fácil compreender que não possui acesso a gigantesca gama de informações necessárias.
Muita coisa poderia acontecer, a complexidade é enorme, nenhum ensaio, análise prospectiva, por mais completo que seja, pode prever tudo, muita gente inocente pode sofrer, até morrer. E nenhum de nós deseja isso.
Com toda certeza esse é o último recurso e deve sim ser protelado ao máximo.