Uma ação coordenada de entidades estudantis de cursos de Direito pretende apresentar pelo menos 35 pedidos simultâneos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta quinta (31).
A ação é idealizada pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, da USP, pelo Centro Acadêmico de Direito da UnB e pela Federação Nacional de Estudantes de Direito. Até a manhã desta quinta (31), 42 entidades já tinham se inscrito para participar da ação. A expectativa dos organizadores é que ao menos 35 pedidos sejam enviados para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
No texto, as entidades criticam, principalmente, as ações do governo Bolsonaro no combate à epidemia da Covid-19. Participarão coletivos dos cursos de Direito de universidades como a USP, FGV-Rio, Mackzenzie, UFPR, UFRJ, UFRGS, UnB, UFMG, UFPA, UFAL e UERJ.
O grupo também lançou um site para que qualquer pessoa possa ter acesso a uma minuta básica de denúncia de impeachment, além de ter acesso a uma ferramenta para pressionar deputados que ainda não se posicionaram sobre o tema.
Como parte da ação, as entidades também vão estender uma faixa de 20 metros no Congresso com a frase “Estudantes de Direito pelo Impeachment”.
Neste ano, alunos, ex-alunos e professores de univesidades se mobilizaram pelo impeachment de Bolsonaro. Em fevereiro, professores de Direito da USP divulgaram um manifesto –no mês anterior, um grupo de mais de 890 ex-alunos da instituição fez o mesmo.
No começo deste mês, professores e pesquisadores da área da saúde endossaram o pedido de impeachment protocolado em fevereiro Bolsonaro, acusando-o da prática de crimes de responsabilidade durante o enfrentamento da epidemia de Covid-19 no Brasil.
Um grupo de ex-alunos da Faculdade de Medicina da USP também divulgou abaixo-assinado pedindo o impeachment.
Na terça (30), a coluna noticiou que líderes de partidos de oposição no Congresso também devem apresentar um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. Os parlamentares alegarão que Bolsonaro tentou cooptar as Forças Armadas. Eles foram motivados pela demissão coletiva do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que levou à renúncia conjunta dos comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha.