O Brasil assumiu, nesta quinta-feira (3), a presidência do Mercosul e apresentou suas principais prioridades para o bloco durante o segundo semestre de 2025. Entre os focos do governo brasileiro estão o fortalecimento do comércio entre os países membros e com parceiros externos, a promoção da transição energética, o desenvolvimento tecnológico, o combate ao crime organizado e o enfrentamento das desigualdades sociais.
O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a 66ª Cúpula do Mercosul, em Buenos Aires, onde o Brasil assumiu a presidência do bloco das mãos do presidente argentino, Javier Milei. Além dos membros tradicionais do bloco, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o encontro também contou com a presença da Bolívia, em processo de adesão, e países associados.
Ampliação comercial e acordos com a União Europeia
Entre as primeiras ações do Brasil, está a ampliação do comércio entre os países do Mercosul e a finalização do acordo comercial com a União Europeia (UE), considerado uma das prioridades do governo. Lula destacou que o acordo ainda enfrenta resistências, especialmente da França, mas que ele segue sendo uma meta essencial para a integração do bloco. Além disso, o Mercosul também se prepara para novos acordos com Canadá, Emirados Árabes Unidos, Panamá e República Dominicana, além de atualizações de acordos com Colômbia e Equador.
Propostas para a transição energética e combate ao crime
Lula ainda propôs uma agenda verde para o Mercosul, com foco na transição energética e no combate aos efeitos das mudanças climáticas. Ele defendeu o fortalecimento de políticas de agricultura sustentável, destacando a corrida por minerais críticos, como lítio, grafite e cobre, e a importância do Mercosul para coordenar políticas nacionais e garantir o beneficiamento desses minerais na região.
No campo da segurança, o presidente brasileiro também se comprometeu a estudar a proposta da Argentina para criar uma agência contra o crime organizado transnacional. Lula mencionou a necessidade de ações coordenadas para combater o tráfico de armas e drogas, além de fortalecer a inteligência policial regional.
Desenvolvimento tecnológico e inclusão social
O Brasil, sob a presidência do Mercosul, também focará no desenvolvimento tecnológico com destaque para a inteligência artificial e a soberania digital. A parceria com o Chile para criar modelos de IA que atendam às realidades culturais e linguísticas da América Latina será expandida no bloco.
Lula ainda afirmou que a inclusão social será uma prioridade, com a retomada de fóruns como a Cúpula Social do Mercosul e a criação de uma Cúpula Sindical, para garantir que o progresso da região seja feito de forma inclusiva, combatendo as desigualdades sociais.
Conclusão
Com uma agenda ambiciosa, o Brasil busca consolidar o Mercosul como um bloco forte e coeso, capaz de enfrentar os desafios econômicos, políticos e ambientais da região e do mundo. O trabalho do governo brasileiro à frente do Mercosul se concentrará na integração dos países do Cone Sul, no fortalecimento de acordos comerciais e na promoção de políticas sustentáveis e inclusivas.
Acompanhe mais conteúdos diários no Jornal Rondônia – O seu jornal eletrônico Rondoniense!
Foto: Ricardo Stuckert / PR