A Polícia Civil de Rondônia, por meio da 2ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado – DRACO2, juntamente com o Ministério Público do Estado de Rondônia, deflagrou na manhã desta quinta-feira, 07/10/2022, a 7ª fase da Operação Canaã, intitulada de “Anomia”.
Segundo as instituições, a operação tem como objetivo desarticular uma extensa e perigosa Organização Criminosa que visa à ocupação ilegal de terras públicas, seu comércio (compra e venda) e a exploração ilegal de recursos ambientais no Parque Estadual Guajará-Mirim e na área denominada “bico do parque”, situada na zona de amortecimento da unidade de conservação.
A investigação apontou que, após a invasão e loteamento da área pretendida pelos invasores, efetivados com o auxílio de um topógrafo, o núcleo criminoso de liderança promovia a venda dos lotes por intermédio de um advogado, que coordenava a invasão e promovia a manutenção dos compradores no interior da área invadida, ocasião em que passavam a realizar um significativo e severo desmatamento do local.
De acordo com os delegados da DRACO2, devem ser cumpridos 4 (quatro) mandados de prisão preventiva, 1 (uma) medida cautelar diversa da prisão e 14 (catorze) mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de Porto Velho, Guajará-Mirim, Nova Mamoré e distrito de Jacinópolis.
Segundo o Coordenador do GAEMA, Promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, a extensão do dano, em floresta pública desmatada, chega a 2.347 hectares, valorados monetariamente em mais de 86 (oitenta e seis) milhões de reais. “Trata-se de uma Organização Criminosa, de grande periculosidade, que vem sendo investigada desde 2019”, enfatizou o Promotor.
A divisão da área da unidade de conservação resultou no quantitativo aproximado de 112 (cento e doze) lotes, grande parte deles já vendida.
A Promotora de Justiça de Guajará-Mirim, Naiara Ames de Castro Lazzari, explica que a ação objetiva ainda frear as condutas violentas praticadas pelo grupo criminoso na região, onde realizaram diversos ataques armados contra servidores das forças de segurança pública e órgãos de fiscalização ambiental, resultando, inclusive, em um servidor público alvejado com um disparo de arma fogo, além de ameças até mesmo ao Poder Judiciário.
A operação é decorrente das investigações da operação “Bico fechado”, realizada pelo Ministério Público do Estado de Rondônia no ano de 2019.
Também estão envolvidos no trabalho as Secretarias de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC), e do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), além do Núcleo de Operações Aéreas (NOA), Polícia Militar, Departamento de Estratégia e Inteligência (DEI) e Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e unidades da polícia judiciária do interior.
O nome da operação (Anomia) faz referência ao modo de agir do grupo, que acreditava estar em um estado com ausência de regras e leis.