Um esquema criminoso liderado por Ulisses Batista, um pastor da região, foi desmantelado pela Polícia Civil nesta quinta-feira (20) durante a Operação Falso Profeta. O grupo, que extorquia comerciantes de Cuiabá e Várzea Grande, no Mato Grosso, lucrou cerca de R$ 1,5 milhão por mês com a imposição de um monopólio ilegal sobre o setor de distribuição de água.
De acordo com o delegado Rodrigo Azem, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Daco), o esquema forçava distribuidores de água da região metropolitana a comprarem exclusivamente os galões do grupo criminoso, além de cobrarem uma taxa ilegal de R$ 1 por cada unidade vendida. A prática de extorsão foi monitorada por meio de um grupo de WhatsApp, inicialmente amigável, mas que rapidamente evoluiu para ameaças diretas e intimidações.
O grupo não apenas dominava o mercado de distribuição de água, mas também utilizava um caminhão de distribuição e operava uma empresa de fachada para lavar o dinheiro obtido com as extorsões. Parte do lucro foi enviada diretamente ao Rio de Janeiro.
A operação da polícia cumpriu 30 ordens judiciais contra os membros do grupo, com sete prisões preventivas e nove mandados de busca e apreensão. Também foram bloqueadas contas bancárias que podem somar até R$ 1,5 milhão, além do sequestro de veículos e a proibição de atividades econômicas para empresas ligadas à facção criminosa.
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O pastor Ulisses Batista, apontado como o mentor do esquema, está foragido e acredita-se que esteja no Rio de Janeiro, longe da ação policial. As ordens judiciais foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) e cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e Rio de Janeiro.
Esse desmantelamento é uma vitória significativa no combate ao crime organizado no estado, especialmente em setores que afetam diretamente a vida de pequenos empresários e comerciantes da região.