Uma tragédia marcou a cidade de Bom Jardim, em Pernambuco, no último domingo (9), quando Brenda Sophia Melo de Santana, de apenas 11 anos, perdeu a vida após participar de um desafio perigoso que circula nas redes sociais. A menina inalou desodorante e perdeu a consciência. Apesar de ter sido levada imediatamente a um hospital, sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Os médicos tentaram reanimá-la, mas sem sucesso. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para perícia.
A prefeitura de Bom Jardim lamentou profundamente o ocorrido e confirmou que a morte foi causada pela inalação do desodorante, cujas substâncias químicas podem ser altamente prejudiciais ao organismo. Em nota, o órgão municipal manifestou solidariedade à família da vítima e fez um alerta sobre os riscos de desafios virais.
Desafios perigosos continuam fazendo vítimas
A morte de Brenda reacende o alerta sobre os desafios perigosos que viralizam na internet e incentivam práticas arriscadas, muitas vezes fatais. Em setembro do ano passado, um menino de 12 anos, na Inglaterra, também sofreu uma parada cardíaca ao tentar realizar o mesmo desafio. Outros casos similares foram registrados em anos anteriores, como o de uma menina de sete anos, em 2018, em São Bernardo do Campo (SP), e um garoto de dez anos, em 2022, em Belo Horizonte (MG).
Veja também:
Mãe flagra filha de 15 anos em ato sexual e usando maconha com jovem de 18 em Rondônia
O desafio do desodorante consiste em inalar o spray pelo maior tempo possível, expondo o sistema respiratório a compostos químicos tóxicos. Além desse, outras práticas igualmente perigosas têm circulado nas redes sociais, como ingerir grandes quantidades de canela em pó, o que pode causar sufocamento e danos ao fígado, obstruir as vias aéreas com cola ou tentar retirar uma camisinha pelo nariz até a boca.

Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os “jogos perigosos” como um distúrbio comportamental, listado na Classificação Internacional de Doenças (CID). A prática é caracterizada como um padrão de comportamento que aumenta significativamente os riscos de danos à saúde mental e física, seja pela exposição prolongada aos desafios ou pelos impactos imediatos causados por essas “brincadeiras”.
Diante desse cenário alarmante, especialistas reforçam a importância do monitoramento parental e do diálogo aberto com as crianças e adolescentes sobre os perigos das tendências virais. Autoridades também alertam para a necessidade de fiscalização mais rigorosa de conteúdos online que incentivam práticas de risco.