Nesta quarta-feira (16), uma mãe denunciou à polícia e ao Ministério Público um grave caso de abuso sexual cometido contra seu filho, um menino autista de 13 anos, aluno da Escola Cívico-Militar de Ensino Fundamental e Médio Professor Daniel Neri da Silva, localizada no bairro Juscelino Kubitschek, zona Leste de Porto Velho.
De acordo com o boletim registrado na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) no dia 11 de julho, a mãe tomou conhecimento da situação ao ter acesso ao celular do filho no dia 9. Nas mensagens, ela descobriu que o menino mantinha relações sexuais com um professor da escola desde abril de 2024.
Segundo a vítima, o primeiro contato sexual ocorreu quando ele voltava da escola e foi abordado pelo professor, que lhe ofereceu carona. Já próximo de casa, o ato teria acontecido dentro do carro. O docente teria dito ao garoto que não se preocupasse, pois os vidros eram escuros e ninguém veria o que estavam fazendo.
O jovem é diagnosticado com autismo nível 1, Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Segundo a mãe, o professor se aproveitou da condição do filho e o manipulou emocionalmente. “Ele dizia para meu filho que era bom adquirir experiência para quando ficasse com garotas. Fez ele acreditar que isso era normal”, desabafou.
A mulher relatou ainda que no dia 9 de julho o professor foi até a casa da família, onde o jovem estava sozinho, e uma nova relação sexual ocorreu. Após descobrir o ocorrido, a mãe levou o filho ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exames e encaminhou a denúncia ao Ministério Público.
A mãe também afirmou que recebeu pedidos para não divulgar o caso. Segundo ela, tanto a vice-diretora da escola quanto um capitão da Polícia Militar que atua na unidade teriam sugerido que ela “ficasse calada”, numa tentativa de abafar o ocorrido.
Diante da gravidade da denúncia, a Secretaria de Estado da Educação de Rondônia (Seduc) informou que o professor, contratado em regime temporário, foi imediatamente afastado de suas funções e encaminhado à Superintendência Regional de Educação, onde responderá a procedimentos administrativos. A pasta destacou que todas as medidas legais foram adotadas assim que a direção da escola teve conhecimento do caso.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (17), a Seduc ressaltou que repudia veementemente qualquer forma de violência ou conduta inadequada no ambiente escolar, sobretudo situações envolvendo abuso sexual, e reforçou seu compromisso com um ambiente seguro para todos os estudantes. O caso também está sendo acompanhado pelo Conselho Tutelar e pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).
Enquanto a investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil, a identidade do professor e do aluno estão sendo preservadas conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A mãe do estudante afirma aguardar providências concretas por parte das autoridades e reforça o apelo por justiça.
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Fonte: Lente Nervosa
