Em uma decisão marcada por forte comoção, o Tribunal do Júri de Costa Marques (RO) condenou a 70 anos e 10 meses de prisão o homem acusado de assassinar a ex-companheira, Marilza Barbosa, de 27 anos, e a filha de apenas 6 anos. O julgamento ocorreu na terça-feira, 20 de maio de 2025, e atraiu atenção por se tratar de um dos casos mais violentos registrados recentemente no estado.
As investigações apontaram que o crime foi motivado pela não aceitação do fim do relacionamento. Marilza foi morta com golpes de faca no pescoço, assim como a filha do casal, assassinada com as mesmas características. Os jurados reconheceram que o réu agiu com extrema crueldade, sem dar chance de defesa às vítimas.
No caso de Marilza, o crime foi classificado como feminicídio — com agravantes como motivo torpe e violência contra a mulher. Já no assassinato da filha, os jurados consideraram, além da brutalidade, o vínculo familiar direto como fator agravante, aumentando ainda mais a pena.
O dia do crime
O duplo homicídio aconteceu em dezembro de 2023, no distrito de São Domingos, zona rural de Costa Marques. A tragédia só foi descoberta porque o patrão do acusado, ao notar sua ausência no trabalho, resolveu verificar a residência da vítima.
Ao chegar ao local, viu a motocicleta do funcionário estacionada, mas ninguém atendeu às chamadas. Ele então acionou a polícia, que arrombou uma das janelas e se deparou com uma cena devastadora: três corpos caídos ao chão, todos cobertos de sangue.
Marilza e a filha estavam sem vida. Já o autor do crime foi encontrado com um corte profundo na garganta, em tentativa de suicídio. Ele foi socorrido por moradores da região e levado ao hospital de São Francisco do Guaporé, onde sobreviveu.
Celular da vítima ajudou a esclarecer o caso
Durante a perícia, o celular de Marilza foi recolhido. Segundo os investigadores, mensagens e registros encontrados no aparelho foram cruciais para a elucidação do crime, revelando o histórico de ameaças e o comportamento possessivo do agressor.
O caso gerou profunda comoção na comunidade, especialmente porque Marilza deixou outra filha, de 12 anos, fruto de um relacionamento anterior. A menina agora está sob os cuidados de familiares.
A condenação foi considerada exemplar por representantes do sistema de justiça e grupos de apoio a vítimas de violência doméstica, que destacaram a importância de punições rigorosas em casos como este.
Com informações do G1.RO