Um homem foi flagrado pegando uma jiboia com as mãos na zona Norte de Porto Velho. A cobra foi vista na avenida Rio Madeira na manhã de sábado (18). O animal tinha quase 3 metros de comprimento, segundo moradores. (veja vídeo abaixo).
Ao jornal, Pedro Henrique, que filmou a captura da jiboia, conta que passava pela avenida Rio Madeira quando viu a cobra enrolada na beira da via.
“Era por volta das 10h30 quando eu passava de moto com meu filho e vi a cobra e uma movimentação de pessoas. Esse homem, que não sei o nome, mora lá perto. Ele pegou a cobra na mão, deixou o pessoal fazer fotos, depois a libertou em uma aérea de floresta ali perto. Nunca tinha visto isso”.
Esse é o terceiro flagrante com cobras em menos de uma semana em Porto Velho. No feriado de Corpus Christi, na quinta-feira (16), uma sucuri, com aproximadamente 2 metros de cumprimento, foi flagrada “arrombando” uma tela de proteção de um córrego para entrar em uma área de chácara.
Já na última segunda-feira (13) moradores da capital registraram um homem tentando capturar uma sucuri, que tinha mais de 4 metros de comprimento, pela cauda dentro de um córrego que passa perto da avenida Guaporé (assista abaixo).
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O que diz o especialista
O biólogo especialista em répteis e anfíbios, Adriano Martins, explica que a jiboia faz parte da família boidae – uma parente da sucuri e da cobra arco-íris. A principal característica de predação dessa família é a constrição, que é quando ela morde e se enrola na presa e causa uma pressão, apertando a caça. O biólogo destaca que essa pressão acaba matando a presa.
A forma adequada de capturar esses animais, pontua Adriano, é com a utilização de ferramentas e ter conhecimento técnico, tanto para não machucar o animal quanto para evitar riscos a quem o manuseia.
“Uma mordida dela machucaria muito. Ela é uma cobra grande e que se alimenta de animais maiores. O processo digestivo dela demora mais dias. Na boca desses bichos há uma quantidade de bactérias exorbitantes, o que pode causar várias infecções. Ele não tem equipamento e nem treinamento. A jiboia poderia se voltar contra ele”, pontua.
O biólogo alerta para que a população em geral não manuseie animais silvestres, e sim acione os órgãos competentes.
“Se ele não estiver oferecendo risco direto para alguém, o melhor é deixar o bicho lá, porque a gente vive em uma cidade amazônica, é normal que esses animais apareçam no nosso perímetro urbano. Eles fazem parte do nosso meio ambiente”.