Ficou responsável por montar a ceia de final de ano, mas ainda tá com dúvida sobre qual carne usar e qual a diferença entre todas as opções disponíveis? Pra te ajudar nessa importante missão, o jornal ouviu um consultor técnico de avicultura, que respondeu as principais dúvidas.
O ‘diferentão’ do rolê
Um dos produtos mais buscados para compor a ceia de natal e ano novo é o peru. A ave, nativa dos Estados Unidos e do norte do México, pode chegar a pesar até 20kg e tem a carne um pouco mais firme e com um sabor marcante.
Segundo Thiago Vinholi Brazil, médico veterinário, doutor em ciência animal e consultor técnico de avicultura, o peru é de fato, o mais diferente entre todas as opções de carne para a ceia de final de ano.
“A principal diferença está no peru, pois é outra espécie. O peru criado para ser destinado ao consumo no final do ano geralmente são as fêmeas, que são menores e tem o peso de abate de 4 a 8 kg. O peru macho pode atingir 20 kg de peso vivo e geralmente é destinado a cortes e embutidos como o peito de peru”, explicou.
Tudo igual, mas diferente
O chester, supreme e o fiesta são outras opções buscadas para compor a ceia de natal ou ano novo. De acordo com o especialista, eles fazem parte da mesma classe animal do frango comum.
Segundo Thiago Vinholi, todos eles são “frangos de corte de linhagens selecionadas para serem abatidas mais velhas, de 50 a 60 dias, e com um peso maior, de 3 a 5 kg”.
Ainda segundo o especialista, foi na década de 70 que o chester foi introduzido no Brasil como uma opção para as ceias de final de ano.
“O chester foi a primeira linhagem de aves natalinas introduzidas no Brasil, na década de 70. Com o sucesso deste produto no Brasil, outras empresas começaram a importar essas linhagens e produzir essas aves, geralmente no período do Natal”, explicou.
Atualmente, é comum ter uma grande variedade de marcas nos supermercados, além de muitos já serem vendidos com temperos, o que para o Thiago, traz praticidade ao consumidor.
“Essas aves geralmente possuem 70% de carne na região de peito e coxa, além de já serem temperados, trazendo praticidade e um bom rendimento ao produto”, disse.
Tradição e economia
Segundo uma pesquisa do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Rondônia (Unir), o preço do chester subiu 15% em um ano. Para que a ceia não fique sem o famoso ‘franguinho’, uma opção é substituí-lo pelo frango tradicional.
“Outra opção mais econômica seria o tradicional frango de corte, que tem o peso entre 2,5 a 4 kg, porém usualmente não vem temperado”, explicou Thiago.
E o tal do tender?
O tender também é um dos pratos que costuma estar presente na ceia de Natal e Ano Novo. Segundo Thiago Vinholi, o tender é um tipo de presunto suíno que tem a carne “mais tenra e saborosa”, além de geralmente ser vendido desossado.
“O tender é um presunto suíno que passa pelo processo de cozimento, salga e cura, tornando a carne mais tenra e saborosa”, explica.