Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal em fevereiro foram os maiores já registrados para o mês desde o começo da série histórica, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram 199 km² no mês passado, conforme medições do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).
Fevereiro seguiu a tendência de janeiro. O primeiro mês de ano também teve recorde de alertas de desmatamento desde 2016, quando começou o monitoramento.
O início do ano também é o pior da série histórica do Inpe. Somando janeiro e fevereiro são 629 km², ultrapassando com folga o registrado em 2020: 470 km² (recorde até então).
Para Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, os recordes batidos em janeiro e fevereiro demonstram que o desmatamento na Amazônia está fora de controle. Ele lembra que este é um período no qual o desmatamento costuma ser mais baixo por conta do período chuvoso na região.
“Entre as principais causas que a gente pode ter para esse aumento contínuo é a falta de uma política ambiental do Governo Federal, que deixou de investir em ações de fiscalização e controle, e também o Congresso Nacional, que tem aprovado, ou tentado aprovar, leis que vão abrir ainda mais a floresta pra destruição”, diz Batista.
O Deter produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
‘Campeões’ do desmatamento
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
O Mato Grosso foi o estado com maior área sob alerta de desmatamento: 78 km². Em seguida vieram Pará, com 49 km², Amazonas, com 40 km² e Rondônia, com 23 km².