Os preços altos nos supermercados há meses não são nenhuma novidade para ninguém. Mas, no fim de ano, quando as pessoas têm um pouco mais de dinheiro para gastar, por conta do 13º salário, o impacto no bolso parece bem maior.
Um levantamento feito pelo curso de Economia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), aponta que alguns produtos da cesta natalina estão mais caros do que em 2021.
A pesquisa foi realizada entre 06 a 08 de dezembro, nos principais mercados de Porto Velho.
Detalhes
O Programa de Educação Tutorial (PET) da UNIR verificou que o preço da cesta natalina na capital de Rondônia custa atualmente R$ 756,92. Ano passado, os mesmos produtos custavam R$ 783,65. Uma diferença (queda) de R$ 26,73 ou de 3,41%.
O campeão na alta foi o damasco com subida de 17,88%. Em seguida, vem um dos pratos principais da ceia: Chester (15,06%).
O peru, que também é bastante consumido pelas famílias rondonienses, está bem mais alto: 12,26%. Panetone (4,74%), uvas passas (sem caroço – 3,48%) e pernil de porco (2,68%) também estão com preços mais elevados do que em 2021.
“As carnes como chester, peru e pernil de porco aumentaram de preço neste ano, o que tem relação com o aumento da carne bovina no ano passado e parte desse ano. As pessoas acabaram migrando para outros tipos de carne, principalmente de ave e porco. Outro fator é o aumento da venda de carne de frango para o exterior, o que contribui para menor oferta interna e consequente aumento de preços”, disse o professor de Economia da UNIR, Jonas Cardoso.
E completa: “Quanto à carne suína, ela teve aumento na sua participação na mesa do brasileiro de 16,9 quilos para 18 quilos, o que explica o aumento no preço devido à alta na demanda. O panetone aumentou de preço acompanhando o aumento do preço da farinha de trigo devido principalmente a fatores externos como a guerra na Ucrânia”.
Menos caros
Por outro lado, alguns produtos tradicionais tiveram queda nos preços. A ameixa seca (sem caroço) está 15,85% mais barata. O brinde na virada do Natal ou Ano Novo ficou mais leve: os espumantes custam 15,71% a menos na capital de Rondônia.
A mesa fica mais farta e menos pesada no bolso com valores mais acessíveis da castanha da Amazônia (- 14,4%), castanha de caju (- 8,14%), frutas cristalizadas (- 6,84%), amêndoas (- 5,34%) e nozes (com caroço – 3,85%).
As menores baixas foram detectadas nos preços do vinho tinto (- 2,7%) e a ameixa seca (com caroço – 0,57%).
“Os preços dos vinhos e espumantes tiveram queda devido à desvalorização da moeda na Argentina, que favorece a entrada de vinhos mais baratos e pressiona os preços para baixo. O aumento da produção interna de vinhos também ajudou na queda dos preços com aumento da oferta do produto”, observou Jonas Cardoso.
E finalizou a análise: “Os preços das castanhas reduziram devido à queda nas exportações. Boa parte da produção de castanhas eram exportadas para a Rússia. Devido à guerra, houve diminuição da demanda por aquele país”.