O Amazonas enfrentou uma grave seca que agora atinge todos os seus 62 municípios, de acordo com informações recentes da Defesa Civil estadual. Atualmente, 60 municípios estão em situação de emergência, e, surpreendentemente, Presidente Figueiredo e Apuí, que estavam em situação de normalidade, agora estão em estado de atenção. Até o momento, os impactos dessa seca afetaram 608 mil pessoas e 152 mil famílias em todo o estado.
O boletim também destaca que, de janeiro até 25 de outubro deste ano, foram registrados alarmantes 18.170 focos de calor em todo o estado, sendo 2,5 mil deles na região metropolitana de Manaus. Só em outubro, foram contabilizados 3.368 focos de calor, mais do que o dobro do mesmo período no ano passado, quando foram registrados 1.335 focos de calor.
A situação também sobrecarregou o Corpo de Bombeiros, que, no período de 12 de julho a 25 de outubro, combateu 2.482 incêndios, dos quais 710 ocorrências em Manaus e 1.772 no interior do estado.
Em Manaus, a seca atingiu um nível histórico, sendo a pior em 121 anos. A cota do Rio Negro nesta sexta-feira manteve-se em 12,7 metros, a menor já registrada desde o início das referências em 1902. Em contraste, o recorde de maior altura já registrado foi de 30,02 metros em 16 de junho de 2021.
Esse cenário ocorre no momento em que a aparência do El Niño se intensifica, caracterizado pelo enfraquecimento dos ventos alisios e pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Oriental. Essas mudanças na dinâmica climática afetam a temperatura e a distribuição das chuvas em várias partes do planeta, impactando significativamente o clima na região amazônica.