Dia Internacional do Tênis de Mesa, conheça história e a origem do esporte

Os primeiros registros do tênis de mesa revelam um jogo rude, iniciado por estudantes universitários com livros dispostos no lugar da rede

Por Jornal Rondônia/Ana Fonseca e Miqueias Fonseca

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Não existe nenhum relato que diz quem foi o inventor do tênis de mesa. Encontramos muitas versões diferentes sobre a origem do esporte, mas duas histórias apesar de serem diferentes podem se completar porque são coerentes.

A primeira diz que o Tênis de mesa nasceu na Índia, por volta do século XVII, criado por colonizadores ingleses. Por não suportarem jogar o tradicional tênis a temperatura elevada criaram um esporte que pudesse ser praticado na sombra.

A segunda diz que o tênis de mesa surgiu na Inglaterra na metade do século XIX. Suas primeiras lembranças registradas revelam um jogo rude iniciado por estudantes universitários e por militares que praticavam com equipamentos improvisados no país e no exterior .

Três dos modernos jogos populares de raquete descendem diretamente do antigo jogo medieval de ‘Tênis’, que costumava ser jogado tanto ao ar livre quanto em espaços fechados. Todos nasceram e evoluíram na Inglaterra durante a Segunda metade do Século XIX: o Tênis de Campo, praticado com uma bola mais macia (borracha coberta de felpo) em terrenos gramados, o Tênis de Mesa (do mesmo modo um passatempo social) em salas comuns e Badminton, no qual usava-se uma peteca no lugar de uma bola .

Assim podemos entender que o Tênis de mesa pode ter sido criado na Índia e se desenvolvido na Inglaterra.

Segundo alguns historiadores dos jogos, o tênis de mesa constituiu uma variante contemporânea do tênis jogado em quadras, imaginando, porém, de forma a permitir sua prática às camadas mais pobres da população, já que é jogado em espaços mais restritos e com equipamento bem mais barato que o do tênis de quadra.

No início os materiais utilizados na pratica desse esporte eram improvisados, mesas de diferentes tamanhos, raquete de madeira recoberta com papelão ou outros materiais, bolas de cortiça e borracha, redes de diferentes alturas, ou seja, não havia nenhuma regra ou padronização para esse esporte.

O nome Ping-Pong foi dado por James Gibb associando o som que a bolinha de celulóide fazia com a raquete oca. Hoje explicam que o ping-pong é um esporte voltado para recreação com regras combinadas antes do jogo, com materiais adaptados. Em 1902 iniciou-se o uso da borracha de pino, o tênis de mesa se tornou um esporte de grande variação técnica (velocidade, efeitos, etc), com estilos diversificados, distanciando os amadores dos experts. Hoje temos materiais especiais, madeiras com fibras de carbono e madeiras leves e resistentes, borrachas de diversas espessuras e flexibilidade.

De 1905 a 1920 o tênis de mesa se espalhou para outros países como Japão, China, Coréia, Hong-Kong, e outros paises, surgindo nessa época os torneios internacionais e a também a necessidade de regulamentar as regras do esporte.

Em 1926 foi oficializado as regras e o nome de Tênis de Mesa ao esporte, nessa época também foi fundada, em Londres, a I.T.T.F. (International Table Tenis Federation).

Nos primeiros tempos do tênis de mesa, de 1926 a 1953, os europeus dominaram completamente o esporte, época em que elevava a 17,5cm e os jogadores defensivos predominavam e as partidas eram longas, durando horas para serem concluídas. Em 1954, com a rede já adaptada à altura de 15,25cm, os japoneses passaram a dominar, utilizando um novo estilo, com batidas quase que exclusivamente de direita e utilizando um excelente trabalho de perna. A partir de 1961, os chineses investiram alto no esporte e incentivaram a população a praticar o esporte. Com êxito total, a China passou a dominar o Tênis de mesa.

História do tênis de mesa no Brasil

Os iniciantes da prática do esporte no Brasil eram turistas ingleses e começaram a implantá-lo no país em meados de 1905 em São Paulo. Foi fixado o ano de 1912 como início das atividades organizadas de Tênis de Mesa no país, pois até então, este era praticado somente em casas particulares e em clubes. Nesse ano foi disputado o primeiro campeonato por equipes na cidade de São Paulo, tendo como vencedor o Vitória Ideal Clube.

No Brasil a aceitação das novas regras levou muitos anos, em virtude da discórdia com os praticantes do pingue-pongue, com regras próprias. Somente depois de anos de confronto o tênis de mesa foi ganhando espaço, graças às lições recebidas do alemão Máximo Cristal, do campeão Mundial de tênis de quadra e de mesa, Fred Perry, que nos visitou em 1930, seguida em 1938 da apresentação dos campeões Mundiais, húngaros, Miklos Szabados e Istvan Keller. Importando um exemplar das regras oficiais, obra que se deve ao Centro Associativo Fazendo Estadual (C.A.F.E.), autêntico pioneiro da transformação, que embora lenta, foi ganhando terreno e eliminando quase por completo a teimosia que obstaram o desenvolvimento da modalidade.

Em julho de 1941 a antiga associação de ping-pong se torna em Federação Paulista de Tênis de Mesa. Em 1942, quando os cariocas representados por De Vicenzi, A. Neves e G. Ferreira, e os paulistas representados por Bolonga, F. Nunes e W. Silva, aprovaram a tradução das regras e assinaram convênios que levou à oficialização do Tênis de Mesa pela Confederação Brasileira de Desporto. Em 1947, graças ao esforço de De Vicenzi, o Brasil participou do 3º Campeonato Sul-Americano e, a partir de então, a participação do Tênis de Mesa Brasileiro nos Mundiais vem intensificando o intercâmbio internacional.

Em 1961, o brasileiro Ubiraci (Biriba) Costa, aos 15 anos, venceu o então campeão mundial Jun Kuo-Tan, em Pequim, sendo considerado o primeiro ídolo do esporte no Brasil. Aos 13 anos, venceu os campeões mundiais Ogimura e Tanaka, em uma partida-demonstração no ginásio do Ibirapuera. A partir daí, seu nome passou a ser conhecido em todo o Brasil. Após Biriba, os nomes que mais se destacaram no tênis de mesa brasileiro foram Ricardo Inokuchi, Cláudio Kano e Hugo Hoyama, os quais conquistaram todos os títulos em Pan-americanos, também conseguindo excelentes resultados mundialmente CBTM .

Regras:

Tênis de Mesa e Pingue-Pongue têm regras semelhantes, sendo que o primeiro se constitui em algo organizado e mais competitivo, enquanto o segundo é o esporte mais descontraído. É a brincadeira, é o lazer.

A MESA
Têm 2,74m de comprimento e 1,525mm de largura e 76cm de altura. Pode ser feita de qualquer material, na cor escura e fosca, produzindo um pique uniforme de bola padrão oficial (aprovada pela ITTF); tendo uma linha branca de 2cm de largura em toda a sua volta. Para os jogos de duplas, ela é dividida em duas partes iguais por uma linha branca de 3mm de largura, no sentido do comprimento.

A REDE
A rede estende-se por 15,25cm além das bordas laterais da mesa e tem 15,25cm de altura, devendo ser de cor escura e devem possuir as suas parte superior branca e as malhas maiores do que 7,5mm quadrados até no máximo 12mm quadrados.

A BOLA
Deve ser feita de celulóide ou plástico similar, nas cores branca ou laranja e fosca, pesar 2,7g e ter diâmetro de 40mm.

A RAQUETE
– A raquete pode ser de qualquer tamanho, forma ou peso e constituída de madeira natural em 85% do material.
– O lado usado para bater na bola deve ser coberto com borracha com pinos para fora tendo uma espessura máxima de 2mm, ou por uma borracha “sanduíche” com pinos para fora ou para dentro, tendo uma espessura máxima de 4mm.
– O lado não usado para bater na bola deve ser manchado de cor diferente da borracha e só deve ser vermelho vivo ou preto.
– A raquete tem que ter duas cores diferentes, para ser usada, e essas cores só podem ser, preto e vermelho vivo.
– Não é permitido jogar com o lado de madeira.

A PARTIDA
– Constitui-se de sets de 11 (onze) pontos. Pode ser jogada em qualquer número de sets ímpares (um, três, cinco, sete, nove…). No caso de empate em 10 pontos, o vencedor será o que fizer 2 pontos consecutivos primeiro.
– O atleta que atua o 1º set num lado é obrigado a atuar no lado contrário no set seguinte.
– Na partida quando houver “negra” (1 a 1), (2 a 2) ou (3 a 3) , os atletas devem mudar de lado logo que o atleta consiga 05 pontos.

O SAQUE
– A bola deve ser lançada para cima (16cm no mínimo), da palma da mão livre na vertical e, na descida, deve ser batida de forma que ela toque primeiro no campo do sacador, passe sobre a rede sem tocá-la e toque no campo do recebedor.
– O saque deve ser dado atrás da linha de fundo ou numa extensão imaginária desta.
– Cada atleta tem direito a 2 (dois) saques, mudando sempre quando a soma dos pontos seja 2 (dois) ou seus múltiplos.
Ex.: 2 a 2 = 4 = 6 a 6 = 12
– Com o placar 10-10, a sequência de sacar e receber deve ser a mesma, mas cada atleta deve produzir somente um saque até o final do jogo.
– O direito de sacar ou receber primeiro ou escolher o lado deve ser decidido por sorteio (ficha de duas cores), sendo que o atleta que começou a sacar no 1º set começará recebendo no 2º set e assim sucessivamente.
– O sacador deverá sacar e retirar o braço da mão livre da frente da bola de modo que nada esteja entre a bola e o adversário a não ser a rede e suportes.

UMA OBSTRUÇÃO (NÃO VALE PONTO)
A partida deve ser interrompida quando:
– O saque “queimar” a rede.
– O adversário não estiver preparado para receber o saque (e desde que não tenha tentado rebater a bola).
– Houver um erro na ordem do saque, recebimento ou lado.
– As condições de jogo forem perturbadas (barulho, etc).

UM PONTO
A não ser que a partida sofra obstrução (não vale ponto), um atleta perde um ponto quando:
– Errar o saque.
– Errar a resposta.
– Tocar na bola duas vezes consecutivas.
– A bola tocar em seu campo duas vezes consecutivas.
– Bater com o lado de madeira da raquete.
– Movimentar a mesa de jogo.
– Ele ou a raquete tocar a rede ou seus suportes.
– Sua mão livre (que não está segurando a raquete) tocar a superfície da mesa durante a seqüência.

CORREÇÃO DA ORDEM DE SACAR, RECEBER OU LADO
Se um atleta der um ou mais saques além dos dois de direito, a ordem será restabelecida assim que for notado, tendo o adversário que completar o múltiplo de dois.
Se no último set possível, os atletas não trocarem de lado quando deveriam fazê-lo, deve trocar, imediatamente, assim que se perceba o erro. A contagem será aquela mesma de quando a seqüência foi interrompida.
Em hipótese alguma haverá volta de pontos. Todos os pontos contados antes da descoberta do erro deverão ser confirmados.

JOGOS DE DUPLAS
– Valem as mesmas regras, sendo que:
– O saque tem que ser feito do lado direito do sacador para o lado direito do recebedor.
– Cada atleta só pode bater uma só vez na bola.
– A ordem do saque é estabelecida no início do jogo e a seqüência será natural:
Atleta A saca para o X
Atleta X saca para o B
Atleta B saca para o Y
Atleta Y saca para o A que, saca para o X e assim, sucessivamente, cada atleta vai dando 2 saques.
No empate 10-10, cada um só dá 1 saque por vez.
– Se a bola do saque tocar a rede (queimar), e cair no lado esquerdo do recebedor – além da linha central – o sacador deverá perder o ponto.

Fonte: Jornal Rondônia/Ana Fonseca e Miqueias Fonseca

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