O nível do rio Madeira, em Porto Velho, atingiu a cota de atenção e está próximo de atingir a cota de alerta. Mas, o que são essas cotas? O site reuniu informações com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para explicar o que significam as cotas de referências e os termos utilizados para classificar os riscos de cheias em rios.
Essas classificações levam em consideração não só o nível do rio, mas também os impactos que a cheia está causando, além de indicar possíveis riscos de enchentes.
O que são as cotas?
Segundo o CPRM, as cotas do rio Madeira são definidas durante atividades de campo, em conjunto com as autoridades locais da Defesa Civil. Nas atividades, são considerados todas as particularidades do rio e as comunidade afetada por uma potencial inundação. Dessa forma, as cotas são definidas como:
- Atenção: possibilidade moderada de ocorrência de inundação.
Nesta etapa, o rio chega na cota de atenção quando atinge a marca de 14 metros.
- Alerta: possibilidade elevada de ocorrência de inundação.
Nesta etapa, o rio chega na cota de atenção quando atinge a marca de 15 metros.
Em entrevista ao site, o engenheiro hidrólogo, Hérculys Castro, explicou que “a cota de alerta é uma cota para fins de identificação de monitoramento”.
- Inundação: cota em que o primeiro dano é observado no município.
Nesta etapa, o rio chega na cota de atenção quando atinge a marca de 17 metros.
De acordo com Hérculys, esse é um evento extremo, porque em 90% do tempo, ela não é alcançada. O engenheiro também explica que não existe um critério fixo para a chegada do evento na capital, já que há locais em que a cota de inundação acontece a partir da primeira casa que inunda.
A previsão para que o rio alcance essa marca em 2022 é ínfima, pois segundo as previsões meteorológicas, não há chances que isso aconteça.
Em 2014, ocorreu a maior enchente já registrada no rio Madeira. Na época, o rio bateu o recorde histórico de 17,52 metros e 12,5 mil pessoas ficaram desabrigadas e e desalojadas em Porto Velho.
Que rio é esse?
O Madeira é um dos rios que sofre a influência de diversos tipos de climas, geologias, topografias, etc. Segundo o CPRM, “este rio possui uma grande oscilação sazonal de níveis e vazões, intensificando os processos de sua dinâmica fluvial”.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, entre fevereiro, março e abril, são registradas as maiores vazões, ou seja, os maiores volumes de água. Em agosto, setembro e outubro, são observadas as menores vazões.
O engenheiro hidrológico explicou ao jornal que, o rio tem essas características porque o rio Bene, na Bolívia, recebe uma grande quantidade de chuvas na transição ‘planice amazônica/região andina’.
Dessa forma, o nível do rio é afetado apenas quando, nas regiões andinas, há um grande volume de índice pluviométrico, ou seja, muitas chuvas.
E esse tal de repiquete?
O CPRM explicou que repiquete é um termo usado regionalmente para indicar uma subida rápida do rio, seguido de uma descida relativamente rápida. Geralmente, o repiquete é resultado de pancadas de chuvas com grande intensidade e pouca duração.
Isso acontece quando o rio está em tendência de descida e volta a subir.