Calor extremo e seca histórica atingem mais de 1,5 milhão de pessoas

Rondônia registra recordes de queimadas e vê o Rio Madeira atingir seu nível mais baixo desde o início do monitoramento.

Por Jornal Rondônia

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O ano de 2024 marcou um dos períodos mais críticos da história de Rondônia. Em meio à pior seca já registrada no estado, mais de 1,5 milhão de pessoas enfrentaram ao menos quatro meses de temperaturas extremas, com máximas acima dos 40°C na maioria dos municípios.

Os dados fazem parte de um levantamento exclusivo realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), com informações de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O estudo revelou que, dos 52 municípios rondonienses, apenas três — Nova Mamoré, Costa Marques e Guajará-Mirim — não ultrapassaram quatro meses seguidos de calor extremo, embora a diferença tenha sido mínima.

A estiagem severa impactou diretamente o Rio Madeira, um dos maiores do Brasil, que atingiu o nível mais baixo desde o início do monitoramento em 1967. No dia 11 de outubro, o rio chegou à marca histórica de apenas 19 centímetros, transformando-se em um verdadeiro deserto de areia e pedras. Para os ribeirinhos que dependem exclusivamente do rio para sobreviver, o cenário foi devastador, deixando milhares sem acesso à água potável.

Além da seca, Rondônia registrou recordes de queimadas. Entre janeiro e agosto de 2024, mais de 10 mil focos de incêndio foram identificados, o maior número dos últimos 14 anos para esse período. O mês de julho foi o mais crítico em quase duas décadas.

A consequência direta dessa crise ambiental foi o aumento da poluição. Porto Velho, a capital do estado, passou a figurar entre as cidades com os piores índices de qualidade do ar do Brasil, prejudicando a saúde da população.

A análise climática feita pelo Cemaden utilizou a metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para identificar os dias em que as temperaturas superaram os valores mais altos da série histórica de 2000 a 2024. Os resultados apontam para uma tendência preocupante, reforçando os impactos das mudanças climáticas na região.

Diante desse cenário alarmante, especialistas alertam para a necessidade de medidas urgentes para mitigar os efeitos da crise hídrica e ambiental que assola Rondônia.

Foto: Bruno Kelly/Reuters

Fonte: Jornal Rondônia

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