Em abril, ou seja, há seis meses, este jornal veiculou editorial intitulado: “Geraldo da Rondônia é um problema e a Assembleia Legislativa do Estado precisa lidar com ele urgentemente”.
O Poder Legislativo do qual faz parte não honrou com sua cota de responsabilidade em relação à postura adotada pelo parlamentar cristão, e, ainda hoje, o cidadão sai por aí fingindo que o Estado não tem lei.
Porém, a culpa não é só da Assembleia (ALE/RO).
José Geraldo dos Santos Alves Pinheiro, nome civil do deputado aprontão, age como se vivesse em um mundo paralelo onde as instituições de fiscalização e controle não existem, e o Judiciário, por sua vez, é um castelo de faz-de-conta.
Puxando o histórico recente voltado ao mau comportamento do membro da Casa de Leis, os casos evidenciam a soberba típica de quem acredita piamente que credenciais políticas se sobrepõem à civilização e suas estruturas democráticas.
Há a situação da suposta agressão contra bailarina em Ariquemes; a invasão de hospital e desacato a servidores; da “carteirada” para ficar na rua bebendo em meio ao isolamento social restritivo imposto por causa da pandemia; o da afronta ao representante da Guarda Civil Metropolitana (GCM); e da ameaça incendiária ao prédio da Energisa.
O mais recente, de acordo com o site da Capital ,JH Notícias, está ligado a um vigilante do Palácio Rio Madeira, sede do Governo de Rondônia.
“De acordo com o trabalhador, Geraldo proferiu ofensas contra ele como “filho da puta”, “safado”, “vagabundo” e “bosta”. Ainda segundo o vigilante, Geraldo fez menção de tirar uma arma e afirmou que voltaria ao local para matar o vigilante”, anota a veiculação.
O que Geraldo da Rondônia precisa fazer para que haja uma atitude institucional à altura? Até quando isso será aturado? Ele precisa bater na mãe de um promotor de Justiça? Precisa cuspir no rosto de um procurador da República? Tem que pisar no na toga de um juiz? Chutar o cachorro de um desembargador?
E sobre seus colegas, especialmente integrantes do inócuo Conselho de Ética, até que ponto será possível aturar tamanha demonstração de incivilidade? A falta de urbanidade nas práticas perpetradas pelo parlamentar ecoa sobre os demais integrantes da ALE/RO, certamente.
Em dezembro, Pinheiro fará 54 anos de idade. Há tempos não é mais criança, portanto o Estado não pode agir como babá ignorando suas peraltices de adulto, um quase idoso.
Esses arroubos hidrófobos precisam cessar sob pena da perda total da credibilidade ainda conservada pelas autoridades devidamente constituídas. São atitudes impróprias, intragáveis, infantis e provavelmente até criminosas, vez que nutrem investidas ameaçadoras. E isto, toda vez que o sujeito é contrariado.
É hora de dar um basta. É hora de Rondônia começar agir como Estado sério impondo a devida correição às patacoadas do pretenso legislador.
Até quando, oras?
Passou da hora de fechar o parquinho de diversões.
Esse Geraldo é a cópia fiel do seu eleitor.