Quarenta pessoas foram presas na cidade de Yazd, no centro do Irã, durante confrontos com a polícia, em protestos contra o aumento dos preços da gasolina, informou hoje (17) a agência Isna.
Os detidos são considerados “desordeiros”, acusados de vandalismo e a maioria deles não é da região, disse o procurador provincial Mohammad Hadadzadeh, citado pela Isna.
O líder supremo do Irã manifestou apoio à decisão do governo de aumentar os preços da gasolina e chamou alguns dos manifestantes de “bandidos” ajudados pelos inimigos do país, segundo a televisão estatal.
Os comentários do aiatolá Ali Khamenei foram feitos um dia após protestos contra o aumento em 50% dos preços da gasolina. Foi bloqueado o tráfego nas principais cidades e registrados confrontos entre manifestantes e a polícia.
Na sexta-feira (15), uma noite de manifestações foi marcada pela violência, com a morte de pelo menos uma pessoa.
O civil morreu em Sirjan, no centro do Irã, informou a Isna.
As manifestações foram “significativas” em Sirjan (centro), onde as “pessoas atacaram um depósito de gás da cidade e tentaram incendiá-lo”.
Outros protestos ocorreram em Mashhad (norte), no sul de Ahvaz, Shiraz, Bandar Abbas e Birjand (leste), mas também em Gachsaran, Abadan, Khoramshahr e Mahshahr, no sudoeste, com os manifestantes bloqueando estradas.
O Irã, que vive grave crise econômica, anunciou na última sexta-feira o aumento em pelo menos 50% do preço da gasolina, com o objetivo de modificar o caro sistema de subvenção dos combustíveis e lutar contra o contrabando.
No Irã, um dos países onde a gasolina é mais subsidiada, o preço do litro era até agora de 10.000 riais iranianos, menos de oito cêntimos de euro.
As receitas da subida dos preços destinam-se a subsidiar 60 milhões de iranianos com necessidades, declarou o responsável pela Planificação e Orçamento, Mohammad Bagher Nobakht.
Encorajado pelo baixo preço, o consumo de combustível é elevado no Irã, onde os 80 milhões de habitantes consomem em média 90 milhões de litros por dia.
Os baixos preços conduzem ainda a um contrabando elevado, que a Irna estima entre 10 e 20 milhões de litros por dia, sobretudo para o vizinho Paquistão, onde o combustível é mais caro.
A inflação é superior a 40% no Irã.