O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou em mensagem à nação que decidiu fechar o Congresso da República e montar um “governo de exceção”. O anúncio ocorreu poucas horas antes de o Parlamento começar mais uma moção de impeachment contra ele, em meio a graves acusações.
Ele prometeu “convocar no mais curto prazo eleições para um novo Congresso com poderes constituintes para preparar uma nova Constituição em um período não superior a nove meses. A partir dessa data e até que se estabeleça o novo Congresso, será regido por decreto-lei”, disse Castillo ao anunciar a quebrar da ordem constitucional.
Castilho disse que tomou a decisão “atendendo à reivindicação cidadã em todo o país” e que o governo de emergência visa “a instauração do Estado de direito e da democracia”.
O presidente também decretou toque de recolher nacional a partir de hoje, das 22h às 4h. Declarou também a reorganização do sistema de justiça: Judiciário, Ministério Público, Conselho Nacional de Justiça, Tribunal Constitucional.
Urgente: População revoltada e confusão no centro de Lima, no Peru, após golpe do presidente Pedro Castillo. O Congresso foi dissolvido e Castillo anunciou estado de emergência e toque de recolher. pic.twitter.com/pcW1RV9jzD
— Fernanda Salles (@reportersalles) December 7, 2022
Além disso, afirmou que todos aqueles que possuem armas ilegais devem entregá-las à Polícia Nacional no prazo de 72 horas. “Quem não o fizer comete crime punível com pena de prisão que será estabelecida no decreto-lei”, afirmou.
Manifestações contra corrupção
Gritando “Fora Castillo, fora!”, milhares de manifestantes marcharam pelas ruas de Lima ao longo do mês de Novembro para pedir a renúncia do presidente peruano de esquerda Pedro Castillo, que está sob um inédito marco de seis investigações por suposta corrupção.
Manifestações semelhantes convocadas por grupos políticos e associações civis ocorreram nas cidades de Piura, Chiclayo, Cusco e Arequipa.