Os relógios foram os primeiros acessórios que se tornaram inteligentes. Agora, se depender da Xiaomi, Snap, Google e Facebook, é a vez dos óculos. De acordo com a Global Data, o setor de smart glasses será avaliado em US$ 2 bilhões em 2030.
Em alguns casos, os óculos estão sendo usados para filmar e tirar fotos; em outros, contam com realidade aumentada e até mesmo lentes que mostram traduções de frases vistas e fazem ligações. Os smart glasses são os wearables do futuro?
Spectacles, do Snap
Das companhias mencionadas, o Snap é a empresa que está há mais tempo apostando nisso: a companhia lançou a primeira geração de seus Spectacles em 2016. O modelo permite gravar vídeos e tirar fotos para publicação no Snapchat e em outras redes. Atualmente, o acessório está na terceira geração e é vendido por US$ 380.
Agora, o próximo modelo da companhia foi anunciado em maio e terá realidade aumentada. Atualmente, está em fase de testes em parceria com desenvolvedores deste segmento.
A aposta da Xiaomi
A Xiaomi divulgou seus óculos inteligentes na última terça-feira (14). Os smart glasses da gigante chinesa são capazes de mostrar mensagens e notificações diretamente nas lentes, fazer ligações, capturar fotos, vídeos e traduzir mensagens.
No anúncio, a Xiaomi afirma que o dispositivo “não será uma segunda tela para o smartphone”, mas um dispositivo inteligente independente. O usuário poderá escolher quando deseja ter um óculos conectado ou quando não quer ter interrupções.
“É, obviamente, inapropriado mostrar todas as notificações do seu smartphone na frente dos seus olhos. O Xiaomi Smart Glasses seleciona e mostra as mensagens mais importantes, como alarmes de casa inteligente, informações urgentes dos aplicativos de trabalho e mensagens de contatos importantes”, explica a companhia.
O WAZE ESTÁ DIFERENTE…
Entre as funcionalidades dos óculos inteligentes da Xiaomi, há até mesmo a possibilidade de “navegação”, que exibe as direções de uma rota diretamente no campo de visão do usuário. O Waze está diferente…
Para tornar tudo isso possível, o dispositivo possui sistema operacional Android, conexão à Bluetooth e Wi-Fi, bateria e processador quad-core ARM. Ao todo, o óculos inteligente pesa 51 gramas.
O Google Glass
O Google descreve seus óculos inteligentes como um “computador vestível”. A companhia anunciou o “Google Glass Enterprise Edition 2”, em que o foco é o uso durante o horário de trabalho.
A empresa afirma que é possível assistir vídeos de treinamento e até mesmo transmitir em tempo real o que está sendo visto para colegas de trabalho. O objetivo é que a colaboração e resolução de problemas possam ser em tempo real — o que pode ser útil em indústrias, na manutenção de máquinas em locais de difícil acesso, entre outros.
Os smart glasses do Google foram anunciados em 2019, com o preço de US$ 999. A DHL é uma das empresas que está usando o dispositivo – de acordo com dados divulgados pelo Google, a empresa de logística teve, em média, 15% de melhoria em eficiência operacional com o uso do dispositivo.
O Glass Edition 2 está sendo usado pela DHL no processo “escolha do pedido”, no qual os funcionários separam os produtos comprados pelo cliente para serem enviados. Agora, a lista de produtos de cada pedido está sendo mostrada diretamente no Google Glass, através de um software da Ubimax.
Facebook e Ray-Ban
Enquanto isso, o Facebook está entrando no setor de smart glasses com um parceiro de peso: a Ray-Ban. O acessório tem botão de liga e desliga, duas câmeras, alto-falantes e microfone. Os óculos inteligentes possuem mais de 20 modelos diferentes de armação e são vendidos a US$ 299.
Chamados de Ray-Ban Stories, os óculos permitem a gravação de vídeos de até 30 segundos. Além de botão de captura, os modelos atendem ao comando de voz da assistente virtual do Facebook.
Os óculos inteligentes do Facebook não possuem realidade aumentada, embora isso esteja nos planos para o futuro. A companhia possui o óculos “Oculus VR”, headset de realidade aumentada vendido a US$ 299.
ÓCULOS INTELIGENTES NO DIA A DIA
As empresas de tecnologia estão apostando em caminhos diferentes no setor de óculos inteligentes. Enquanto o Google está apostando no uso corporativo, a Xiaomi visa o uso na vida pessoal e rotina, assim como são usados os relógios inteligentes hoje.
Já o Facebook e Snap oferecem soluções voltadas principalmente a fotos e vídeos, o que vai ao encontro com o core business das próprias empresas, que possuem redes sociais voltadas a esses formatos. Nesse sentido, elas também possuem objetivos semelhantes: que a realidade aumentada ajude a conectar ainda mais as realidades online e offline, através dos óculos inteligentes.
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