A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24), quatro dias após cair em um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, um dos mais famosos vulcões da Indonésia. A tragédia ganhou repercussão internacional e mobilizou uma operação de resgate complexa, com uso de drones, equipes especializadas e apoio logístico em terreno hostil.
O acidente ocorreu na noite da última sexta-feira (20), por volta das 19h (horário local), quando Juliana realizava a trilha com amigos dentro do Parque Nacional do Monte Rinjani, na ilha de Lombok. Ela teria escorregado em uma área íngreme e caiu em um penhasco profundo. Desde então, mais de 85 horas se passaram até que os socorristas conseguissem localizar e acessar o local exato onde ela estava.
Segundo informações da família, repassadas à imprensa na manhã desta terça-feira, a jovem foi localizada já sem vida, a cerca de 650 metros abaixo da trilha principal. A confirmação foi feita após equipes de resgate descerem com dificuldade a encosta, enfrentando neblina densa, chuvas e obstáculos naturais. Um acampamento avançado precisou ser montado nas proximidades para viabilizar a operação.
“Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, disse a família, em nota divulgada nas redes sociais.
Operação de resgate desafiadora
As buscas foram retomadas ainda na madrugada de segunda para terça-feira, após drones localizarem Juliana imóvel na encosta, inicialmente a 500 metros de profundidade. Imagens divulgadas pelos socorristas mostraram a dificuldade enfrentada: penhascos verticais, trilhas escorregadias, neblina fechada e chuva intensa. A equipe precisou fazer uma descida equivalente à altura do Corcovado, no Rio de Janeiro, para alcançar o ponto da queda.
Mesmo com o apoio de drones e equipamentos especializados, tentativas de resgate aéreo foram frustradas pelas condições climáticas. Helicópteros chegaram a ser mobilizados, mas a neblina impediu a aproximação.
As ações desta terça-feira foram acompanhadas pelo Diretor de Operações de Busca e Resgate da região. A estimativa inicial era de que a vítima estivesse em uma área de 500 metros abaixo do nível da trilha, mas a localização final superou 650 metros de profundidade.
Família embarca para a Indonésia
O pai da jovem, Manoel Marins, embarcou do Brasil para a Indonésia na manhã desta terça-feira, com destino final em Bali. Em uma mensagem postada nas redes sociais antes da viagem, ele fez um apelo:
“Preciso que continuem orando pela Juliana, pelo resgate dela, para que ela esteja bem e possa voltar conosco.”
O voo, com duração prevista de quase 10 horas, sofreu atraso ao aguardar liberação para cruzar o espaço aéreo do Catar, que estava fechado por questões diplomáticas ligadas aos conflitos no Oriente Médio.
Juliana era natural do Rio de Janeiro e apaixonada por viagens, natureza e esportes de aventura. Sua morte deixou amigos, familiares e seguidores consternados, com homenagens sendo feitas nas redes sociais desde a confirmação do óbito.
Repercussão
O caso gerou ampla comoção pública e reacendeu debates sobre segurança em trilhas de alta complexidade no exterior. A trilha do Monte Rinjani é uma das mais desafiadoras da Indonésia, exigindo preparo físico e atenção redobrada em trechos íngremes e escorregadios.
A Embaixada do Brasil na Indonésia acompanha o caso e presta assistência à família para o translado do corpo.
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