Jerusalém tem sido palco de semanas de agitação e violência em nível não visto havia anos, em uma nova escalada de tensões entre palestinos e forças de segurança israelenses que deixou dezenas de mortos e centenas de feridos.
Durante a madrugada desta terça-feira (11), 130 ataques aéreos israelenses atingiram o norte da Faixa de Gaza. Segundo as autoridades judaicas, os alvos eram núcleos do Hamas. Os palestinos dispararam cerca de 200 foguetes. Os ataques deixaram mais de 28 mortos.
Repercussão internacional
Em reação aos acontecimentos na região de Gaza, os Estados Unidos se disseram preocupados e pediram que os dois lados cessem os ataques.
A Casa Branca condenou os ataques feitos pelo Hamas e disse que Jerusalém deveria ser “um local de coexistência”.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, pediu “calma e moderação”. “Israel tem o direito de se defender e de responder a ataques de foguetes. O povo palestino também tem direito à proteção e à segurança, assim como os israelenses”, disse Price. O porta-voz afirmou que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já entrou em contato com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gabi Ashkenazi.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, condenou os ataques contra Israel feitos em resposta à ofensiva israelense que derrubou o prédio de 13 andares. No Twitter, Maas afirmou que “o ataque com foguetes contra Israel é absolutamente inaceitável e deve parar imediatamente”. “Israel tem, nesta situação, o direito a autodefesa. Esta escalada de violência não pode ser tolerada nem aceita”, concluiu o ministro.
No sentido oposto, o líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, instou os palestinos a aumentar o poder de combate para impedir o que classificou como “brutalidade” de Israel. Para Khamenei, Israel “só entende a linguagem da força”.
Os sionistas não entendem nada além da linguagem da força, então os palestinos devem aumentar seu poder e sua resistência para forçar os criminosos a se renderem e, assim, darem fim a seus atos brutais”, disse o líder iraniano em pronunciamento exibido por uma TV estatal.
A Liga Árabe condenou os ataques de Israel à Gaza e pediu à comunidade internacional que aja com urgência para impedir a escalada da violência na região. Em comunicado, o presidente do grupo, Ahmed Aboul Gheit, disse que “as violações israelenses em Jerusalém e a tolerância do governo aos extremistas judeus hostis a palestinos e árabes é o motivo que levou à ignição da situação nestes termos perigosos”.
Os ministros da Liga Árabe responsabilizaram Israel por “absolutamente tudo o que acontece em decorrência de sues crimes, que constituem flagrantes violações dos decretos da Organização das Nações Unidas, do direito internacional e dos direitos humanos”.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) instou todos os lados a recuar e os lembrou da exigência do direito internacional de tentar evitar baixas civis.