Embora raros, casos de contaminação pelo parasita Naegleria fowleri podem evoluir em poucos dias para a morte.
Trata-se de um tipo de ameba que é encontrada em locais de água doce quente (como lagos, rios e fontes de águas termais) e provoca em humanos quadros graves de meningoencefalite. Popularmente, ela é conhecida como comedora de cérebro.
Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, onde 145 casos de infecções pelo micro-organismo foram registrados entre 1962 e 2018.
No mês passado, uma menina de dez anos morreu após contrair a Naegleria fowleri em um rio no estado norte-americano do Texas.
No Brasil, a ameba está presente. Apenas um caso de morte por esse parasita foi confirmado até hoje.
A contaminação se dá quando a água, com o parasita, entra no corpo pelo nariz. A ameba é encontrada em todo o mundo, mas depende de basicamente da temperatura da água alta. Não há registro desse tipo de ameba em água salgada.
A Naegleria fowleri leva a um quadro chamado de meningoencefalite amebiana primária, uma infecção cerebral que destrói o tecido cerebral.
Os primeiros sintomas começam cerca de cinco dias após o parasita entrar no corpo da pessoa e se assemelham a uma meningite bacteriana, com dor de cabeça, febre, náusea e vômito.
Posteriormente, surgem também rigidez no pescoço, confusão mental, perda do equilíbrio, convulsões e alucinações.
A maior parte dos pacientes morre em menos de duas semanas após os primeiros sintomas. Nos Estados Unidos, 97% das pessoas que contraíram a ameba foram a óbito.
O manual médico Merck de Diagnóstico e Terapia ressalta que esse tipo de infecção é de difícil diagnóstico, pois requer exames específicos imuno-histoquímicos, de cultura de ameba, entre outros, que são feitos em laboratórios de referência especializados.
Sem o diagnóstico preciso, o tratamento de pessoas pessoas infectadas pela Naegleria fowleri é uma corrida contra o relógio. Nem todos os medicamentos respondem de forma eficaz e até hoje não há um tratamento padrão para esses casos.
A principal recomendação das autoridades de saúde dos EUA é que nunca se mergulhe em água doce sem proteção no nariz.