‘A gente não dorme e não vive bem’, diz família do cantor que foi morto carbonizado em RO

Crime aconteceu em 2020 e na última semana duas pessoas foram julgadas. Uma foi condenada e a outra foi absolvida por possuir doença mental.

Por G1/RO

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Quase dois anos após o crime, familiares do cantor Alysson Cunha ainda vivem entre a dor do luto e a esperança por Justiça. O crime aconteceu no dia 30 de setembro de 2020, em Porto Velho, mas só foi descoberto dois dias depois, quando uma mulher encontrou uma ossada em meio a cinzas, no quintal de uma casa. A vítima tinha 28 anos.

Na última semana duas mulheres acusadas de envolvimento no crime passaram por julgamento. Uma das foi condenada a 17 anos de prisão e a outra foi absolvida por possuir doença mental.

Alexander, irmão de Alysson, contou que a dor afeta muito a vida dele e dos pais.

“A gente não dorme e não vive bem. Minha mãe e meu pai… não tem um dia que não choram”, comentou.
Segundo Alexander, Alysson amava cantar e estava tentando fazer crescer a carreira de cantor. Com vários vídeos publicados nas redes sociais, ele era convidado para ser atração musical em festas pelo estado.

“Eles mataram meu irmão com muita crueldade. Eles arquitetaram, armaram pro meu irmão, depois maltrataram ele, bateram muito e queimaram ele. Como pode uma pessoa fazer tudo isso com alguém?”, lamenta.

Relembre o crime
De acordo com a acusação feita ao Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), Alysson teria morrido por conta de uma dívida. No dia do crime ele foi até a casa do homem para quem devia, onde os acusados também estavam, e eles discutiram por conta do débito.

Quando Alysson foi embora, uma guarnição policial chegou no local e prendeu o dono da casa, já que ele estava foragido do sistema prisional. Os réus acreditaram que Alysson teria feito a denúncia sobre a localização do foragido e resolveram se vingar.

Ao voltar ao local para quitar a dívida, a vítima foi atacada pelos quatro réus com um cabo de enxada. Mesmo no chão ele continuou sendo agredido. Depois disso, ele foi enrolado em um tapete e teve o corpo carbonizado.

“Após consumado o homicídio, os denunciados montaram uma fogueira sobre o corpo de Alysson, construindo uma pilha com pedaços de pneus e arames. A seguir, deixaram que queimasse por completo, deixando o corpo da vítima totalmente deteriorado”, consta na acusação.

O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) apontou que os crimes foram cometidos por motivo torpe, com meio cruel, já que “a vítima foi submetida a intenso sofrimento”, além de ter sido praticado mediante recurso que impossibilitou totalmente a defesa da vítima.

Allysson Cunha foi morto em 2020 em Porto Velho — Foto: Redes Sociais/Reprodução

Quatro pessoas foram reconhecidas como suspeitas do crime durante as investigações. Na última semana foram julgadas as rés Taise Cristina Da Silva e Cris Brás Monteiro. O julgamento dos outros acusados deve acontecer em breve.

Até esta terça-feira (14), o réu Harisson Pinheiro Lobo se encontra foragido. Qualquer informação sobre o paradeiro dele pode ser repassada através do 197 da Polícia Civil ou 190 da Polícia Militar.

Harrisson Pinheiro Lobo — Foto: Polícia Civil/divulgação

Decisões do júri
Os jurados decidiram, por maioria dos votos, condenar Taise Cristina Da Silva por homicídio qualificado e destruição de cadáver. Sua pena é de 17 anos de prisão, em regime inicial fechado, sem a possibilidade de recorrer em liberdade.

Já em relação a Cris Brás Monteiro, um laudo psicológico comprovou que ela possui doença mental e, por este motivo, ela foi absolvida impropriamente. A acusada deve ser internada em uma unidade psiquiátrica adequada por um período mínimo de três anos.

O site tenta contato com a defesa das citadas.

Fonte: G1/RO

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