Rondonienses relatam humilhação ao serem expulsos dos EUA

Mais dois aviões com brasileiros deportados do Estados Unidos chegaram ao Brasil na última sexta-feira (11), a primeira aeronave desceu ...

Por Folha do Sul Online

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Mais dois aviões com brasileiros deportados do Estados Unidos chegaram ao Brasil na última sexta-feira (11), a primeira aeronave desceu no Aeroporto Internacional de Confins em Belo Horizonte, transportando 100 pessoas, já o segundo trouxe de volta para o Brasil, 212 deportados.

Desde do dia 04 de fevereiro, já se somam 692 brasileiros que foram deportadas dos EUA, durante tentativas de ingressar ilegalmente naquele país.

Pelo menos nove jaruenses estavam entre os deportados. Ainda na capital mineira, um casal morador da cidade de Jaru que estavam incomunicáveis a 10 dias, entrou em contato com o site Jaru Online, e relatou como foi o seu processo de prisão e deportação.

O casal que foi com uma filha pequena, investiu cerca de R$ 100 mil na aventura. Eles seguiram de avião até o México, em seguida foram levados por Coiotes próximo à divisa com os EUA, no sistema conhecido como “cai cai”, depois correram pelo deserto em direção à fronteira com bolsas e bastante roupa para conter o frio.

CONFIRA O RELATO:

“Foi a maior dificuldade e humilhação da minha vida, quase desmaiei várias vezes de fome e esforço. No México tivemos que correr descendo e subindo morros e entrar em bueiros. No outro dia fomos presos por policiais americanos e levados para uma prisão onde fomos separados. Lá, fomos torturados psicologicamente e ameaçados para entregar os coiotes. O local não possuía as mínimas estruturas, os policiais eram grossos e mal educados, realizavam agressões verbais e físicas, não deixavam ir ao banheiro, ficamos 10 dias sem tomar banho, e passamos muita fome. Eles nos davam apenas maçãs” relatou dois jaruenses que  prosseguiram relatando tudo que ocorreu: “jogaram tudo nosso fora, bolsas com roupas e documentos, consegui esconder um celular, nos deram roupas de presidiários, apenas uma muda, a qual permanecemos usando todos os 10 dias que permanecemos presos, sem direito a comunicar nossos familiares.

Nesta sexta-feira decidiram nos enviar para o Brasil, uma amiga de Jaru testou positivo para COVID-19 e teve que permanecer na prisão, já nós, fomos colocados algemados e acorrentados dentro de aviões, sempre tratados com grosseria. Nosso mau cheiro estava quase insuportável e, ao perceberem que estávamos no espaço aéreo brasileiro, os homens principalmente, começaram a descontar verbalmente um pouco da raiva e humilhação. Eles gritavam com os policiais americanos: ‘não somos bandidos, nos respeitem, não merecemos ser tratados assim’. Uma tremenda confusão e gritaria. Chegando em Belo Horizonte, eles retiraram as correntes e algemas rapidamente, para que a imprensa não registrasse a cena.”

Relatou o casal que desceu no aeroporto brasileiro apenas com a roupa do corpo. “Vamos tomar banho, arrumar peças de roupa limpa, e comer, após 10 dias de dificuldades. O Brasil é o melhor lugar do mundo”, ressaltaram os jaruenses.

Fonte: Folha do Sul Online

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