Instantes após o jornal publicar reportagem falando dos ataques recorrentes de piranhas no rio Guaporé, em Pimenteiras do Oeste, um vilhenense que possui uma pequena propriedade nas proximidades do local conhecido como “Prainha” gravou um vídeo e confirmou que o fenômeno está mesmo acontecendo por lá.
Segundo o técnico em eletrônica Edmilson “Bil”, 45 anos, está havendo uma proliferação exagerada de piranhas no maior rio do Cone Sul de Rondônia. Naquele dia, em questão de minutos, ele fisgou mais de dez unidades da espécie, enquanto tentava capturar um tucunaré para o almoço.
O entrevistado disse que, cerca de um mês atrás, dois adolescentes foram mordidos no local pelos predadores aquáticos, e que o problema só tende a aumentar. “Virou praga”, disse Bil, prevendo a proliferação acelerada dos cardumes agressivos.
A solução, segundo o pescador, seria as pessoas pararem de devolver as piranhas fisgadas às águas do Guaporé. “Seria bom a gente lembrar que o caldo da piranha é afrodisíaco, para ver se o povo passa a consumi-las”, brincou o entrevistado, explicando que, sem alimentos, devido à escassez de outros peixes, as piranhas estão buscando “carne humana”.
Bil também avalia que, se nenhuma medida for adotada, muito em breve nem os pescadores profissionais conseguirão mais tirar seu sustento do rio. “Os peixes estão ficando escassos, mas a quantidade de piranhas só aumenta. E os ataques também”, argumentou.
Para o vilhenense, vai acabar se tornando inevitável limitar a quantidade de peixes pescados para que o rio seja repovoado. Até lá, o consumo poderá ser suprido com espécies criadas em tanques e lagoas.
A reportagem aguarda manifestação da Prefeitura de Pimenteiras do Oeste, pois o problema afeta diretamente um dos segmentos mais importantes do município: o turismo.