Porto Velho, RO – “Preciso do meu filho”. Assim Marcieli Naitz, mãe do bebê Nicolas, que ‘desapareceu’ em maio de 2014, encerrou desabafo em seu perfil particular na rede social Facebook. O texto, postado no último domingo (19), é recheado de emoção, pedidos de justiça, questionamentos acerca da índole humana e saudades, muitas saudades.
Marcieli disse que o aumento da dor e da angústia “está me fazendo morrer aos poucos… em não saber a verdade do que realmente aconteceu com você, meu pequeno Nicolas”.
Comentou ainda sobre o que sentiu durante a gravidez de Nicolas e revelou pensar na criança o tempo inteiro, incessantemente.
A postagem, que pode ser acompanhada na íntegra ao final da matéria, traz em anexo o berço, bonequinhos e roupas que compõem o enxoval do pequeno.
Mas em determinado trecho, a candura nas palavras que descrevem o filho dá espaço a questionamentos incisivos sobre a índole humana.
A mãe pergunta:
“Como podem existir pessoas tão desumanas? Será que elas não têm coração?”, em referência aos responsáveis pelo sumiço de Nicolas, até hoje não revelados.
O caso Naitz, desde o ocorrido, já teve várias reviravoltas: o desaparecimento passou pela explicação oficial da Polícia Civil dando conta de que o corpo do rebento teria sido incinerado por engano, pela possibilidade de sequestro promovida por um motoboy até hoje não identificado e descambando em rumores já desmentidos de que o bebê estaria vivo e em outro município de Rondônia.
Na última sexta-feira (17), o jornalista Vinicius Canova, titular da coluna ‘Visão Periférica’ publicada originalmente pelo jornal eletrônico Rondônia Dinâmica apresentou quatro situações-chave em três tragédias ocorridas em solo rondoniense. Entre elas, está a linha do tempo do drama vivenciado pelos familiares de Nicolas.
Entenda
A linha do tempo de tragédias regionais varridas para debaixo do tapete
“A mãe de Naitz, por exemplo, jamais desistiu. Vai e volta enfrentando toda ordem de burocracia, buscando migalhas de indícios, pesquisando, investigando por si e contando com o auxílio de gente de boa-fé dentro e fora do serviço público. Para ela é questão de honra encontrar um desfecho objetivo, palpável”, escreveu o colunista.